Vereadores pedem explicações por palestra trans em escola
Os vereadores se dividiram sobre o conteúdo da palestra, que abordou transexualidade e aconteceu sem aviso prévio aos pais dos alunos.
SÃO CAETANO – Manifestantes a favor e contra a palestra sobre diversidade sexual, realizada na última sexta-feira na EME Alcina Dantas Feijão, ocuparam a galeria da Câmara de São Caetano durante a sessão de terça-feira (29). Na ocasião, os membros aprovaram, por unanimidade, a prorrogação do prazo para a revisão do PME (Plano Municipal de Educação) por um ano, até dezembro de 2025.
A questão ganhou destaque após um vídeo publicado nas redes sociais pelo vereador eleito Getúlio de Carvalho Filho (União Brasil), que supostamente invadiu o auditório se passando por pai de aluno para interromper a atividade.
O vereador de oposição Edison Parra (Podemos) protocolou um requerimento ao governo do prefeito José Auricchio Júnior (PSD) solicitando esclarecimentos sobre o ocorrido. No entanto, ninguém votou no documento, e ele deve retornar à pauta na próxima semana.
Parra argumentou que os pais e alunos deveriam receber informações com antecedência sobre o conteúdo da palestra. E que a direção da escola não deveria obrigar os estudantes a assistir a atividades assim. “Isso não é democrático”, afirmou, pedindo explicações da Secretaria de Educação, liderada por Minéa Paschoaleto Fratelli.
Vereadores que apoiam o governo criticaram a palestra, Cicinho Moreira (PL) declarou que a atividade não teve resultados positivos. Além disso, completou dizendo que não pode apoiar a forma como os alunos foram tratados. César Oliva (PSD) acrescentou que a escola deve ser neutra e não pode se desviar de seu foco educativo.
Vereadora defende
Por outro lado, a vereadora Bruna Biondi (Psol) defendeu a inclusão do ensino da diversidade sexual nas escolas. Ressaltando que o conteúdo se direcionou apenas aos alunos do Ensino Médio. Ela apresentou uma moção de apoio ao Sertrans (Serviço de Referência à População LGBTQIAPN+), da Secretaria de Saúde, e criticou a “violência” de Carvalho Filho ao invadir a escola.
Bruna chamou a atenção dos colegas para que apoiassem a moção. Chamando de “extremistas de direita” aqueles que defendem medidas como detectores de metal nas escolas, mas não veem problema na invasão.
A vereadora também se manifestou contra aqueles que, da galeria, criticavam a palestra. Destacando que nunca haviam exigido melhores salários para os profissionais da educação ou melhorias na infraestrutura escolar. Bruna, que completou 25 anos na terça-feira, foi vaiada durante sua fala.
Por outro lado, Gilberto Costa (Progressistas), líder do governo na Câmara, recebeu a solicitação para levar a discussão ao Executivo para que Parra e outros vereadores abordassem o “erro” apontado. O governista Américo Scucuglia (PRD) se referiu à palestra na escola e pediu que essa situação não se repetisse.