Jogador de handebol de São Bernardo sofre injúria racial durante partida
Após o atleta dizer que alguém na arquibancada o xingou de "macaco", o jogo foi interrompido e o time do São Bernardo saiu de quadra,
SÃO BERNARDO – Uma atleta de handebol de São Bernardo, no Grande ABC, denunciou que foi vítima de injúria racial durante em uma partida válida pela Copa Paulista, realizada na cidade de São Caetano, no dia 29 de setembro.
O atleta disse que alguém na arquibancada o xingou de “macaco”, momento em que o jogo foi interrompido e o time do São Bernardo saiu de quadra, se solidarizando com o jogador. Como a equipe visitante não retornou, ela foi punida com a exclusão do torneio, comunicado do Governo de São Paulo, após relatos do delegado da partida e da arbitragem. A partida não teve súmula.
O Secretaria de Esporte e Lazer de São Bernardo do Campo, Alex Mognon pediu rigor na apuração de uma denúncia de injúria racial feita pela mãe de um atleta de handebol da categoria cadete (15 e 16 anos). O secretário de Esporte disse que espera que o caso tenha a apuração que mereça, além de afirmar, que um ofício foi enviado na segunda (17) para a Secretaria de Esportes do Estado São Paulo.
O secretário entende que a apuração tenha que seguir encaminhamento legal e necessário e que sejam tomadas as medidas cabíveis, além disso, ele informou que segunda apresentou um requerimento pedindo mais rigor na apuração dos fatos.
“Que o Estado de São Paulo adote medidas na oitiva, para que a gente faça uma apuração mais completa, para que isso sirva de exemplo, não só para o garoto, mas para a sociedade”,disse.
Alex comentou que mesmo havendo um Boletim de Ocorrência já foi feito, é importante tornar o caso sensível aos órgaõs do Estado.Ele ressaltou que a Comissão de Direitos da Criança e do Adolescente da OAB está acompanhando o caso.
Nós, da Prefeitura, estamos solidários, nos colocamos à disposição. Inclusive, psicólogos estão acompanhando a equipe”.
Conforme o Diário do Grande ABC, sobre a questão da exclusão, o Secretário disse que a preocupação principal não é a volta do time ao campeonato e sim levantar a bandeira contra a discriminação racial.
“Nós pedimos para voltar para o torneio, solicitamos a chance de disputarmos uma nova partida, pois ainda não havia transcorrido dois terços do tempo de jogo. Mas nós não estamos preocupados com o torneio em si. Não foi nos dado a oportunidade de expor o que aconteceu, queremos é que seja apurado e que nosso mérito seja analisado. Mas principalmente, que esta pequena parcela da população que discrimina, que ela seja excluída deste projeto. O nosso retorno não é o fato mais importante”.