Juiz nega conversa com presidente do PL sobre irregularidade em urnas
Vieira disse que foi informado pela equipe do TSE que seu nome havia sido citado por Valdemar, mas ele nunca teve contato Costa Neto.
BRASÍLIA – Na manhã deste domingo (20), o juiz Sandro Nunes Vieira, divulgou uma nota negando que tenha conversado com o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, sobre irregularidades nas urnas. Costa Neto questionou no sábado (19) a transparência das urnas eletrônicas, durante uma visita na Ribeirão Pires, no Grande ABC.
O magistrado que atuou no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e foi juiz auxiliar da presidência da corte até agosto, não confirmou conversa com o presidente do Partido Liberal (PL). Neto disse que pretende levar ao TSE elementos que comprovariam problemas em 250 mil urnas fabricadas antes de 2020 e que teria conversado previamente com o juiz Vieira sobre o assunto.
O magistrado disse que foi informado pela equipe de comunicação do TSE que seu nome havia sido citado pelo Presidente do Partido Liberal, Sr. Valdemar Costa Neto, no contexto de que teria falado comigo sobre eventuais irregularidades nas urnas eletrônicas”, diz a nota do juiz. “Sobre o tema, venho esclarecer que nunca tive contato pessoal com o Presidente do Partido Liberal. Como Juiz, não emito opiniões públicas ou juízos de valor sobre processos de conotação política”.
No texto, Vieira diz que a única pessoa do PL com quem teve contato foi o engenheiro Carlos Rocha, encarregado do trabalho de fiscalização do partido sobre o processo eleitoral de 2022. Vieira relata que se encontrou com Rocha no dia 1º de agosto, em reunião no TSE. “Na ocasião ele me pediu para que fosse designada uma reunião para tratar de assuntos relativos ao pleito. A demanda foi encaminhada à Secretária-Geral, Dra. Christine Peter, que em data posterior atendeu o pedido do Sr. Carlos Rocha. Não participei da reunião”, informou.
O magistrado conta que assim que tomou conhecimento do vídeo em que Valdemar Costa Neto diz que se encontrou com ele entrou em contato com a assessoria do presidente do TSE, Alexandre de Moraes, para desmentir a afirmação do presidente do PL. A alegação de Costa Neto é de que 250 mil urnas têm o mesmo número de identificação, e que, por isso, não deveriam ser consideradas.
A alegação de Costa Neto é de que 250 mil urnas têm o mesmo número de identificação, e que, por isso, não deveriam ser consideradas. Funcionários do TSE afirmam, porém, que todas as urnas têm certificado e também os softwares que rodam dentro delas, o que garante segurança na identificação dos aparelhos.
Gleisi Hoffmann, presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffmann, respondeu às alegações de Valdemar Costa Neto, sobre um suposto erro nas urnas eletrônicas fabricadas antes de 2020.
“PL continua fazendo bolsonarices. Agora querem anular 250 mil urnas pra mudar o resultado das eleições. Dizem que tem problemas desde antes de 2020. Só agora resolveram pedir providências?”, criticou. “Jogaram, perderam. Aceitem que dói menos.”