Câmara discutirá retorno de segurança nas escolas de São Bernardo
A SSP sabia há pelo menos 12 dias que grupo de adolescentes se organizava em redes sociais para promover ataques em escolas paulistas.
A tragédia provocada por um adolescente que invadiu uma escola estadual na Zona Oeste da Capital, na manhã desta segunda-feira (27), e que resultou na morte de uma professora e ferimentos a faca em outras quatro pessoas deverá ser pauta na sessão desta quarta-feira (29) da Câmara de São Bernardo.
O vereador Julinho Fuzari (PSC) pretende convencer os colegas de Legislativo sobre a necessidade de agilizar a discussão em torno de projeto de sua autoria que torna obrigatória a presença de “um profissional de segurança, treinado e qualificado”, em cada uma das 176 Emebs (Escolas Municipais de Educação Básica).
Apresentada no dia 1º de fevereiro, a proposta ainda passa por avaliação nas comissões da Casa, mas o parlamentar avalia que a matéria trata de uma questão que tem se tornado cada vez mais urgente, até porque, casos de violência foram registrados em escolas da cidade, inclusive contra professores. Julinho Fuzari lembra ainda que a rede municipal contava com segurança privada até que as aulas passaram a ser remotas devido à pandemia de Covid-19 (em março de 2020), quando o governo do prefeito Orlando Morando (PSDB) encerrou o contrato com a empresa responsável pelo serviço.
“São Bernardo sempre teve seguranças nas escolas municipais, mas o serviço foi interrompido porque na pandemia as aulas passaram a ser remotas e as escolas ficaram fechadas. Mas agora tudo voltou ao normal e o serviço também deveria ter sido retomado para garantir a segurança de alunos, professores e funcionários. E também para que os pais fiquem tranquilos. O gasto com esse serviço já existia, e entendo que na pandemia não era necessário, mas é preciso ser retomado com urgência. Aliás, já deveria ter sido”, comentou o vereador.
Julinho Fuzari disse que decidiu apresentar o projeto na Câmara porque ofícios e indicação enviados ao prefeito logo após a retomada das aulas presenciais, nos quais apontava a necessidade da volta do serviço de segurança nas escolas, foram ignorados pela gestão Orlando Morando. “Acho uma economia burra (não contratar empresa de segurança). Os fatos que têm sido registrados em várias cidades mostram que é necessário, mas o comportamento do prefeito não vai nessa direção”.
Governo sabia há 12 dias de plano de ataque em escolas
A Secretaria de Estado da Segurança Pública sabia há pelo menos 12 dias que grupo de adolescentes se organizava em redes sociais para promover ataques em escolas paulistas, nos moldes do praticado na última segunda-feira (27) na Escola Estadual Thomazia Montoro, Zona Oeste da Capital. Todavia, nenhuma providência prática foi tomada.
O Diário obteve a informação de que no dia 16 de março adolescente de 15 anos foi apreendida por agentes do 64º DP (Itaquera), na Capital, após investigação da Divisão de Crimes Cibernéticos identificar mobilização de jovens para praticar “possíveis atos graves de violência”.
A Secretaria de Estado da Segurança Pública confirmou as informações. Informou que o caso foi registrado pelo Departamento de Operações Policiais Estratégicas (Dope) e a apreensão da menor de idade baseia-se em mandado de busca e apreensão expedido por juiz do Departamento de Execuções de Infância e Juventude (DEIJ).
O secretário de Segurança, Guilherme Derrite declarou que “capitães, comandantes de todas as companhias do Estado irão procurar os diretores das escolas de suas áreas para discutir e entender como podem potencializar os programas de segurança”.