Passageiros sofrem com falta de acessibilidade em cidades do Grande ABC

A CPTM, afirma que todas as estações que ainda não são acessíveis contam com transporte alternativo e gratuito para transportar o passageiro até uma estação com acessibilidade.

Outra denuncia é que nem sempre há um segurança ou funcionário para ajudar os passageiros na travessia de uma plataforma à outra. (Foto | Reprodução)

GRANDE ABC – Os passageiros da Linha 10-Turquesa da CPTM relatam a falta de acessibilidade para pessoas com deficiência (PCD) nas estações Mauá, Guapituba, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra.

De acordo com os reclamantes, nenhuma das estações possui escadas rolantes, e apenas Guapituba que conta com elevador. Além disso, nem sempre há um segurança ou funcionário para ajudar os passageiros na travessia de uma plataforma à outra e, durante o trajeto, muitas vezes não há como acessar a plataforma em razão da falta elevadores e rampa.

O casal, Artemisa Alves Costa, 48, e Jadilson Santos Oliveira, 41, ambos donos de casa, são deficientes visuais, e com perda total da visão, comentam as dificuldades para acessar o trem em Ribeirão Pires. “Nem sempre tem funcionário ou pessoas para orientar onde temos que ir, e às vezes nos atrapalhamos sem ter instruções”, comenta, Oliveira. “Muitas vezes precisamos perguntar para as pessoas o caminho e como chegar até a plataforma,  tudo baseado por referências, e é assim que nos guiamos”, completa Artemisa ao site RD. 

O casal conta, ainda, que é necessário que a CPTM faça diversas melhorias para eles consigam transitar entre as estações. “O vão do trem é um perigo, deveriam reduzir e colocar um piso tátil para melhorar o trajeto. Um elevador também seria importante, assim como pontos de leitura em braile para ajudar vários tipos de deficientes visuais e todos que passam pelos mesmos problemas”, comentam. 

Marcos Pereira do Santos, 40, porteiro, tem artrite, e sofre há três anos com a falta de circulação de sangue na perna e no pé. Para ele é ainda mais desafiador andar pelas escadas da estação de Mauá. “É difícil, tenho medo de cair, porque preciso ir devagar, não tenho estabilidade nas pernas e acabo indo com um pé na frente e outro atrás quando subo as escadas”, conta “É ruim, porque preciso esperar alguém me ajudar e, quando o trem está cheio, não consigo sequer sentar”, diz. 

De acordo com Santos, seria necessário já de imediato instalar escadas rolantes e elevadores para atender quem possui deficiência ou algum tipo de mobilidade reduzida. “É uma vergonha a Estação de Mauá, que é uma estação antiga e do porte que tem, não ter nada de acessibilidade”, reclama ao lembrar das vezes que ficou com a perna inchada em razão de ter que subir as escadas da estação. “E não tem nenhum funcionário pra ajudar”, desabafa.

Marcelo de Souza, 45, empresário, revela que já presenciou diversas dificuldades de passageiros com mobilidade reduzida, entre os episódios um cadeirante que não conseguia atravessar as plataformas em Rio Grande da Serra. “Os cadeirantes precisam atravessar vários lances de escada, e a própria passarela entre as estações é bem perigosa, fica escorregadio, principalmente quando chove, porque não tem antiderrapante”, diz. 

CPTM 

Em nota, a CPTM informa que as estações Guapituba, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra já são acessíveis. Guapituba possui transposição entre plataformas, rampa de acesso de acordo com as normas da ABNT, elevador, piso tátil, telefone para pessoas portadoras de deficiência e sanitários acessíveis.

A Estação Ribeirão Pires possui transposição entre plataformas, rampa de acesso de acordo com as normas da ABNT, telefone para pessoas surdas e PCD, piso tátil e sanitário acessível. Já Rio Grande da Serra possui transposição entre plataformas, piso tátil, banheiros acessíveis e telefone para PCDs, além da rampa de acesso de acordo com as normas da ABNT. Vale lembrar que a estação será reconstruída e contará com todas as normas de acessibilidade. 

A Estação Mauá está com projeto em andamento para a implantação da acessibilidade total. Todas as estações que ainda não são acessíveis contam com transporte alternativo e gratuito para transportar o passageiro até uma estação com acessibilidade. Além disso, todos os colaboradores da CPTM estão aptos a ajudar os passageiros com necessidades especiais

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