Câmara quer convocar Geraldo Reple devido a caos na saúde de São Bernardo

O secretario será convocado para prestar esclarecimentos sobre o que chamou de “caos e precarização” do setor. ( Foto | Reprodução)

SÃO BERNARDO – Os problemas que se acumulam na rede municipal de saúde de São Bernardo levaram a vereadora Ana Nice (PT) a protocolar na Câmara, no fim da tarde de sexta-feira, requerimento pedindo que o secretário da Pasta, Geraldo Reple Sobrinho, seja convocado para prestar esclarecimentos sobre o que chamou de “caos e precarização” do setor.

A parlamentar decidiu apresentar o documento no mesmo dia em que o site Diário noticiou sobre o fechamento da UBS (Unidade Básica de Saúde) Parque São Bernardo e um dia depois de o jornal mostrar que três alas do HC (Hospital de Clínicas) tinham sido desativadas para reformas, o que resultou no fechamento de 110 dos 257 leitos, sendo 20 de UTI (Unidade de Terapia Intensiva).

Devido à urgência “que a questão exige”, a parlamentar espera que o requerimento seja votado na sessão de amanhã, a partir das 9h, e aprovado pela maioria dos vereadores, inclusive os da bancada de apoio à gestão do prefeito Orlando Morando (PSDB), que rotineiramente votam contra matérias apresentadas por integrantes da bancada de oposição. “Espero que meus colegas de Parlamento entendam que essa não é uma questão política, mas de interesse da população que depende da rede pública.” Caso a iniciativa da petista tenha o aval da Casa, Geraldo Reple terá prazo de 10 dias para prestar esclarecimentos.

“A situação da saúde em São Bernardo está um caos. Todo dia chegam reclamações no gabinete e vemos notícias na imprensa. Não dá mais para esperar boa vontade do governo em dar satisfações a nós (vereadores) e à população. Então, resolvi pedir a convocação do Geraldo Reple para que dê explicações na Câmara. Precisamos saber o que de fato está acontecendo e o que se está fazendo para resolver”, comentou Ana Nice.

A vereadora esteve ontem no Hospital de Clínicas para verificar qual a real situação do equipamento, que tem alas fechadas no terceiro, sexto e oitavo andares para reformas, medida que também desativou 110 leitos da unidade, sendo 20 de UTI. Entre os problemas estruturais, vazamentos, infiltrações e no piso, o que pode provocar quedas e dificultar a passagem de macas com pacientes.

Pelo que observou no terceiro e sexto andares, acompanhada por integrantes da administração do hospital, Ana Nice avaliou que a reforma era necessária para garantir melhores condições a profissionais e pacientes, mas entende que as alas poderiam ser fechadas uma de cada vez, de modo a não prejudicar demais o atendimento. Ou seja, assim que os serviços fossem concluídos em uma, outra poderia ser fechada. 

A parlamentar também demonstrou preocupação com relação à falta de prazo para conclusão dos serviços, na medida em que a reforma mais complexa envolve o piso, que exige a troca do revestimento e também do contrapiso. “No caso do piso, ainda estão fazendo estudos técnicos para depois abrir a concorrência e escolher a empresa que vai fazer a obra. Essa falta de prazo é bem preocupante. Uma pessoa disse que o serviço levará de 30 a 45 dias, mas só depois que definir o vencedor da concorrência e iniciar os trabalhos.”

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