Paciente denuncia enfermeiro de UBS de São Bernardo por agressão
A prefeitura ainda não se pronunciou sobre o assunto.
SÃO BERNARDO – A moradora do bairro Cooperativa Alexandra Pais Aguiar, 31 anos, acusou enfermeiro da Unidade Básica de Saúde ( UBS ) Nazareth de São Bernardo, de ataques e discriminação por conta de sua depressão. O caso teria acontecido na tarde de segunda-feira (19), por volta das 18h.
Diagnosticada com doença de Crohn há quatro anos, Alexandra desenvolveu depressão em razão da piora de sua doença nos últimos meses. Ela já fez cortes em seu braço como tentativa de suicídio.
Alexandra foi à unidade para solicitar a troca dos remédios do seu tratamento, que, segundo ela, estão lhe causando efeitos colaterais. “A doutura que me atendeu outro dia falou que precisava tomar corticóide e dramin, porque sinto muito enjoo por causa da doença. Mas não me fizeram bem, então pedi para que mudassem meus remédios porque a dipirona me deu reação e passo mal com dramin via oral”, contou a paciente.
O enfermeiro que a recebeu na sala de triagem disse não haver médicos disponíveis para atendê-la e pediu que procurasse uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA). Passando mal e com o nariz sangrando, a paciente insistiu que precisava trocar os remédios e se recusou a deixar a unidade. Com a insistência, o enfermeiro proferiu ofensas contra ela.
“Ele disse ‘sai daqui, lugar de louco é no Centro de Atenção Psicossocial (Caps). Cortou o pulso? Fez porque quis. Não morreu’. Ainda me chamou de vadia e f.d.p. e disse que eu e meu tio somos retardados. Tentou me chutar e não conseguiu, e aí acertou meu tio”, detalhou a paciente.
Alexandra estava acompanhada de seu tio, que tentou acalmar o enfermeiro. Outros funcionários apareceram e também procuraram apaziguar os ânimos dos envolvidos. A paciente contou que chegou a ser puxada pelo ombro por funcionário que não conseguiu identificar. “Depois do puxão que me deram, fiquei com muita dor no ombo e fui à UPA no dia seguinte. A médica que me atendeu disse que tive a clavícula deslocada”, contou.
Alexandra está no tratamento de sua doença, e aguarda agendamento de exames no HC (Hospital de Clínicas). A doença de Crohn pode causar complicações com risco de vida e necessita acompanhamento médico. Ela contou que sofre com falta de ar e precisa de inalador, mas que foi proibida de entrar na UBS Nazareth depois do ocorrido.
“Só posso tomar remédios para essa doença se usqr imunossupressores, como ivermectina. Também preciso de acompanhamento com gastroenterologista e reumatologista e do inalador, porque tenho dificuldades para respirar. Mas me tiraram o acesso à inalação e não me deixam entrar na UBS.”
A prefeitura ainda não se pronunciou sobre o assunto.