Santo André inicia testes para implantar ônibus elétricos

A promessa da fabricante é que o veículo alcance 250 quilômetros diários, o que cobriria a média das linhas municipais.

O veículo é produzido integralmente no Brasil, e leva de seis a oito meses para ser montado. (Foto | Reprodução)

SANTO ANDRÉ – A Prefeitura de Santo André apresentou, na manhã desta segunda-feira (3), o primeiro ônibus elétrico 100% brasileiro do município, que será testado em linhas do transporte coletivo da cidade. A expectativa é que a fase de testes dure sete dias, trazendo resultados sobre o desempenho do veículo nas vias, como sua autonomia e operação. Após a elaboração dos estudos, a expectativa é que o transporte de passageiros inicie no início do próximo ano.

 O veículo é produzido integralmente no Brasil, e leva de seis a oito meses para ser montado. Com 12,1 metros de comprimento, o ônibus traz tecnologia de tração elétrica feita pela Eletra, além de ter carroceria feira pela Caio e-Millennium e motores elétricos feitos pela WEG. Fabricado em São Bernardo, o chassi foi produzido pela Mercedes-Benz. A solenidade contou com a presença do prefeito do município, Paulo Serra (PSDB), da diretora da Viação Guaianazes, Lidiane Pinto, e do diretor comercial da Eletra, Silvestre Sousa. 

Conforme explicam os dirigentes, o veículo irá rodar sem passageiros para avaliar sua capacidade e autonomia ao ser testado dentro dos aspectos geográficos da cidade. O primeiro teste será feito na linha B-21, uma das atendidas pela viação, que liga o bairro Campestre à Cidade São Jorge. “A linha que vai iniciar é uma das maiores da cidade, tem subidas, descidas, valetas, e faz parte de uma região do município que não é plana”, afirma Paulo Serra.

“Hoje começamos uma nova fase na questão da mobilidade urbana. Há mais de um ano vínhamos fazendo testes na cidade para ônibus de combustível não poluentes, neste caso elétrico. Este teste serve para, na prática, entender a capacidade e, a partir dele, apresentar no segundo semestre um plano efetivo de troca da frota, para sabermos em quanto tempo ela estará  100% de combustível não poluente”, afirma o chefe do Executivo.  

Conforme cita Serra, o custo dos veículos comparado ao comum é elevado, de R$ 2,5 milhões, sendo que os ônibus que rodam a diesel tem um terço do valor. Porém, segundo o chefe do Executivo, a ideia do Paço é que o valor dos veículos não seja refletido aos passageiros, e para isso busca incentivos do governo federal. “Na minha opinião, haveria de ter um incentivo tributário para esse tipo de veículo, mas isso ainda fará parte de uma discussão da Frente Nacional de Prefeitos”, finaliza. 

A promessa da fabricante é que o veículo alcance 250 quilômetros diários, o que cobriria a média das linhas municipais. “A capacidade de ocupação acaba sendo mais fácil de dimensionar, a questão geográfica, de aclives, declives, paradas, são as variáveis que não conhecemos. Também temos de entender qual é o dimensionamento de baterias que precisamos para rodar em cada linha, pois a autonomia do ônibus depende da quantidade de baterias com a qual ele está carregado, e isso também tem um impacto grande no preço do veículo”, afirma a diretora da Viação Guaianazes, Lidiane Pinto. 

Já Silvestre Sousa, diretor comercial da Eletra, aponta que o veículo tem uma manutenção muito menor que o diesel. Segundo o dirigente, com o custo do quilômetro rodado na combustão, o elétrico conseguiria andar de quatro a cinco quilômetros. “O investimento inicial é um pouco mais alto, mas com o tempo é notório que o veículo elétrico vai compensar. Além da grande contribuição para podermos ter um ar mais limpo”, afirma.

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