Suspeito de matar PM da Rota em SP nega disparos e aponta como atirador outro preso
Segundo o interrogatório, ele comprava porções de entorpecentes quando ouviu disparos de Mazaropi, que estaria com uma pistola 9mm preta com cabo marrom.
SÃO PAULO – Erickson David Silva, o suspeito de ter baleado e matado o soldado da Rota Patrick Bastos Reis, na quinta-feira (27), negou à Polícia Civil o crime e apontou como atirador outro suspeito que estava no ponto de venda de drogas.
Em interrogatório, Erickson, conhecido como Deivinho, afirmou à polícia que, quando era adolescente, era “atentado, porém, maior de idade ficou sossegado”.
Sobre o dia da morte do PM, por volta das 23h30, disse que foi até a “biqueira da Seringueira” para comprar maconha no Morro da Vila Julia. No local, estava outro rapaz, conhecido como “Mazaropi”, supostamente armado, e mais uma pessoa vendendo drogas.
Segundo o interrogatório, ele comprava porções de entorpecentes quando ouviu disparos de Mazaropi, que estaria com uma pistola 9mm preta com cabo marrom. Naquele momento, uma viatura da Rota fazia patrulhamento de rotina e foi atingida.
Erickson alegou que correu para casa, onde estava a companheira dele, e foi, em seguida, para a casa de uma parente. Permaneceu lá por dois dias até que o nome e a foto dele passaram a ser divulgados. Em conversa com o advogado, o suspeito decidiu se entregar.
Erickson foi questionado sobre por que teria sido apontado como o autor dos disparos por Mazaropi e, segundo o relato, Mazaropi teria enviado mensagens “dando em cima” da companheira dele. Erickson teria “tentado bater nele, mas não deixaram”.
Ele afirmou que ficava na mesma biqueira, no morro, como “olheiro” com um rádio no mato para dar alertas sobre a presença da PM desde que saiu da prisão, em 2016, mas não de forma contínua. Teria parado em 2020 para trabalhar com um tio e continuado a frequentar o local como usuário.
A mãe e a companheira foram ouvidas pela polícia. A mulher afirmou que Erickson não comentou com ela sobre o caso quando chegou à noite do dia da ocorrência e horas depois foi para a casa de um parente. Segundo ela, no outro dia, levou o filho à escola e foi para a casa da mãe. Ao retornar, foi informada por vizinhos que o imóvel havia sido revirado por policiais.
A mulher dele também confirmou que recebeu no fim de julho mensagens pelas redes sociais da pessoa apontada por Erickson como o atirador dizendo que “queria ficar” com ela.
Marco Antônio, conhecido como Mazaropi, está preso. A defesa dele não se pronunciou ainda.
A arma do crime
Uma testemunha protegida esteve no ponto de venda de drogas naquele dia e disse à polícia ter visto Erickson e Mazaropi. Depois que voltou para casa, ouviu disparos e viu a movimentação de viaturas.
A mesma pessoa informou ter visto uma arma parecida com a que estaria na mão de Erickson jogada em um córrego na área, em seguida. No entanto, não confirmou que ele teria sido a pessoa responsável pelos tiros.
Na segunda-feira (31), policiais civis foram até a Rua das Seringueiras e recolheram a suposta arma usada para matar o policial militar Patrick: uma pistola prateada 9mm. Ela foi encaminhada para perícia.
Mazaropi foi interrogado na sexta-feira (28), ao ser preso. O rapaz afirmou que vende drogas na região havia cerca de um mês e meio e, na noite do tiro contra o PM, estava com outra pessoa e Erickson, apontado por Mazaropi como o “segurança” da biqueira.
A arma que Erickson usava, segundo Mazaropi, era uma pistola 9mm preta com cabo marrom. Em determinado momento, segundo ele, Erickson gritou: “A Rota”, e passou a atirar. Todos teriam corrido de lá.
À mulher, quando chegou em casa, Mazaropi teria dito que “Deivinho atirou nos caras”. Ele foi encontrado por policiais civis na casa de um familiar.