Terreno da Pan vai a leilão com lance mínimo de R$ 105,4 milhões em São Caetano
A Pan ocupa uma das áreas mais valorizadas da cidade, entre as ruas Maranhão, Nossa Senhora de Fátima e Rafael Correa Sampaio, no Bairro Santa Paula.
SÃO CAETANO – O imóvel onde por quase nove décadas funcionou a Chocolates Pan, em São Caetano, vai a leilão a partir do dia 28. O terreno de 10.432 m², com 13.628 m² de área construída, está avaliado em R$ 105.396,881,47. A empresa, que teve a falência decretada pela Justiça em 27 de fevereiro deste ano, acumulava dívidas de R$ 260 milhões e estava em processo de recuperação judicial desde 2021.
A Pan ocupa uma das áreas mais valorizadas da cidade, entre as ruas Maranhão, Nossa Senhora de Fátima e Rafael Correa Sampaio, no Bairro Santa Paula.
A venda do imóvel está a cargo da Positivo Leilões e, segundo o edital do leilão, o pregão será realizado em três etapas, que linguagem técnica são chamadas de praças e que se caracterizam pelo valor mínimo das ofertas.
Na primeira praça, entre os dias 28 e 31 de agosto, não serão admitidos lances inferiores ao valor da avaliação. Caso isso não ocorra, segue-se para a segunda praça, que ficará aberta entre as 13h01 do dia 31 de agosto e as 13h de 15 de setembro. Nesta etapa, os lances devem ser superiores a 50% do valor de avaliação.
Se mesmo assim não houver um arremate, às 13h01 do dia 15 de setembro será aberta a terceira praça, que irá até às 13h de 3 de outubro. Nesta etapa, serão admitidos lances de qualquer valor, sendo que a oferta vencedora será submetida à apreciação judicial, quando será analisada a conveniência e viabilidade do lance para a massa falida.
O imóvel compõe o lote 1 do leilão. Segundo o edital, há mais seis, contendo móveis e equipamentos de escritório, maquinário de produção, celulares, TVs e monitores, dois veículos e 10 toneladas de sucata. Cada um dos lotes tem um valor mínimo de lance inicial.
HISTÓRIA
A Pan começou a funcionar no endereço em 1935 e criou produtos icônicos, como os cigarrinhos e as moedas de chocolate. As dificuldades financeiras tiveram início em 2019 e, dois anos depois, quando entrou com pedido de recuperação judicial, pela primeira vez em sua história, não vendeu produtos de Páscoa na loja da fábrica.
No início deste ano, a Pan deu entrada na Justiça com um pedido de autofalência, alegando que não tinha condições de honrar os R$ 260 milhões em dívidas que acumulava. A 1ª Vara Regional de Competência Empresarial e de Conflitos Relacionados à Arbitragem da 1ª RAJ (Região Administrativa Judiciária) de São Paulo recusou e, naquele mesmo mês, decretou a falência da empresa.