Professor é suspeito de agredir criança de 2 anos em escola de Diadema

O caso teria acontecido na última quinta-feira (4), quando o docente Gilson de Lima, 62 anos, teria segurado o aluno pelo pescoço.

DIADEMA — Um professor de Educação Infantil é suspeito de agredir criança de 2 anos na Emeb (Escola Municipal de Educação Básica) José Rodrigues Pinto, na Vila Nogueira, em Diadema, no Grande ABC. O caso teria acontecido na última quinta-feira (4), quando o docente Gilson de Lima, 62 anos, teria segurado o aluno pelo pescoço para que ele terminasse uma tarefa, segundo depoimento de uma testemunha. 

Fotos tiradas após o ocorrido mostram hematomas no entorno do pescoço do menor. A Prefeitura Municipal de Diadema informou que o professor envolvido na denúncia foi afastado de suas funções. A medida foi publicada ontem em portaria no Diário Oficial do município, com afastamento preventivo de 60 dias. 

A mãe do estudante, Vilma Florencio da Silva, 37, registrou um BO (Boletim de Ocorrência) sobre a agressão no 3° DP (Distrito Policial) do município, e a Polícia Civil investiga o caso como maus-tratos contra menor de 14 anos. A criança realizou ontem exame no IML (Instituto Médico Legal). A escola não possui sistema de monitoramento. 

Segundo depoimento à polícia de Maria Dalva Barbosa da Silva, uma das professoras da unidade infantil, a violência teria ocorrido por causa de uma atividade. “Todos os dias antes do horário do término da aula, as fraldas das crianças são trocadas para que elas cheguem limpas em casa, e após a troca, as próprias crianças levam as fraldas até o lixo para aprenderem a importância da higiene e do descarte correto. Hoje (quinta-feira), após a troca, a vítima negou-se a levar a fralda suja, então o autor pegou a criança pelo pescoço e foi conduzindo o menor à força até o lixo para que ele completasse a tarefa, fazendo com que a vítima começasse a chorar”, diz a declaração.

A docente alega ainda que Lima apresenta comportamento agressivo com as crianças no dia a dia, e que possui um procedimento administrativo – o professor começou a atuar na escola em janeiro deste ano. A mãe da vítima contou que buscou a criança normalmente na escola, e que após chegar em casa, a direção da unidade pediu para que ela retornasse até a unidade. Por conta da distância, a responsável avisou que não seria possível e equipes foram até a residência para relatar o ocorrido.

“Vieram o Conselho Tutelar e a GCM (Guarda Civil Municipal) falar sobre a agressão. Me disseram também que não foi a primeira vez, e que já tinham recebido outras denúncias de que meu filho era agredido. Fomos ao médico e depois na delegacia, porém o agressor negou tudo. Ele é policial aposentado, o tratamento foi completamente diferente, já chegou até com advogado. Se fosse um pobre todo lascado, já estaria preso”, afirmou Vilma.

A mãe pretende processar o município e o professor pelo ocorrido. “Fiquei em choque quando falaram que não foi a primeira vez. Nunca me disseram nada. Então estavam encobrindo as agressões? Quando busquei ele na escola a vermelhidão no pescoço já tinha sumido. Acredito que tenham informado desta vez por medo de ficarem hematomas. Como a gente manda ele para escola agora? Esse homem enforcou meu filho, hoje poderia estar enterrando ele”, disse.

DEFESA

No depoimento, Gilson de Lima negou que tivesse maltratado a criança. “Estava trabalhando normalmente quando levou a vítima para trocar de fralda, e após esses fatos, deparou-se com a professora Maria Dalva tirando fotos do menor, alegando que estava com marcas de agressão na região do pescoço”, relatou o docente em parte do depoimento.

Lima também informou à polícia que já respondeu a procedimento administrativo por falar palavrão em sala de aula e que nunca se envolveu com questões de agressão.

A equipe de reportagem entrou em contato com o acusado, mas não obteve retorno até o fechamento desta edição.Já a administração pública do município destacou que a Secretaria de Educação acompanhou a família da criança e que prestou todo suporte necessário. “A Prefeitura Municipal de Diadema repudia qualquer tipo de violência, sobretudo dentro do ambiente escolar, que é um lugar sagrado para formação de cidadãos”, ressaltou o Paço em nota.

Por: Diário do Grande ABC

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