Câmaras da região registram quase 400 reclamações sobre a Sabesp

Entre os principais problemas estão vazamentos, falta ou reparo mal feito nas vias após realização de serviços pela operadora.

Presidente da Câmara de Mauá, Geovane Corrêa (PT) informou que o Legislativo já realizou uma CEA (Comissão Especial de Acompanhamento) para apurar as frequentes queixas relacionadas ao serviço da Sabesp. (Foto | Reprodução)

GRANDE ABC – A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) aparece na frente no número de reclamações quanto aos serviços prestados pela empresa. Com base em levantamento feito pelo site Diário em relação a requerimentos apresentados por vereadores nas Câmaras, quatro municípios – Diadema e Rio Grande da Serra não disponibilizaram dados – registraram 396 reclamações nos Legislativos entre janeiro e anteontem, média de 1,7 por dia.

Santo André, que transferiu a operação do saneamento básico à estatal em agosto de 2019, lidera o ranking com 172 documentos registrados entre janeiro e o último dia 22 – são 14 em agosto. Mauá, que oficializou o convênio que permitiu à companhia assumir o fornecimento de água no município em junho de 2020, aparece em segundo, com 157 no ano, sendo 38 só neste mês. Na sequência vêm São Bernardo, com 39 requerimentos (um em agosto), e Ribeirão Pires, com 28 (quatro em agosto).

Entre os principais problemas levados por moradores aos parlamentares das seis cidades ou reportados em redes sociais estão vazamentos, falta ou reparo mal feito nas vias após realização de serviços pela operadora, demora na solução de problemas e falta de água. Ontem, por exemplo, a equipe do Diário esteve na Rua Cícero de Campos Póvoa, no Jardim Guapituba, em Mauá, e constatou a ocorrência de vazamento de água na altura do número 163 que gerou requerimento na Câmara na sessão de terça-feira.

Morador do bairro mauaense disse que o problema “já existe tem um tempo”, e que ele mesmo fez reclamação na Sabesp, mas sem ter o resultado esperado. “O pessoal da Sabesp até esteve aqui, viram o problema e foram embora. Talvez porque acharam que ia dar muito trabalho consertar”, comentou o senhor, com certo sarcasmo. Afinal, o vazamento provoca um fio de água que desce a rua pela sarjeta.

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O presidente da Câmara de Santo André, Carlos Ferreira (Republicanos), afirmou que as reclamações contra a Sabesp que chegavam ao Legislativo até que diminuíram após representantes da empresa participarem de encontro com os 21 vereadores na Câmara, no início do ano. No entanto, apontou que praticamente todos os parlamentares voltaram a receber ligações ou moradores que vão aos gabinetes para relatar problemas, como falta de água, aumento da tarifa, falta de manutenção nas ruas onde a empresa executa serviços e dificuldades para acessar a companhia e fazer reclamações.

Diante do quadro, garantiu que hoje enviará ofício à Sabesp para pedir que a estatal envie novamente representantes à Câmara para explicar aos parlamentares por que as reclamações relacionadas à prestação de serviços voltaram. “A situação da Casa com a Sabesp está assim: praticamente todos os vereadores recebem queixas de moradores diariamente, situação que tinha mudado. Então, vamos convidar a Sabesp para vir à Câmara de novo, para que nos explique o que está acontecendo. Temos de dar respostas à população”, comentou.

Presidente da Câmara de Mauá, Geovane Corrêa (PT) informou que o Legislativo já realizou uma CEA (Comissão Especial de Acompanhamento) para apurar as frequentes queixas relacionadas ao serviço da Sabesp. Representantes da companhia participaram de algumas reuniões e, segundo o petista, se comprometeram a sanar os problemas no município. No entanto, as queixas não diminuíram.

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