Consórcio busca reforçar o sistema de monitoramento em áreas de risco

Mauá é a cidade com a maior quantidade de edificações em áreas de risco alto ou muito alto

a empresa vai receber pouco mais de R$ 863 mil pelo serviço. (Foto | Reprodução)

GRANDE ABC – O Consórcio Intermunicipal do Grande ABC formalizou a contratação da Fundação Centro Tecnológico de Hidráulica para realizar pesquisa e desenvolver tecnologia para o aprimoramento do Sistema de Monitoramento Hidrológico das Microbacias Críticas do Grande ABC. 

Escolhida com dispensa de licitação, a empresa vai receber pouco mais de R$ 863 mil pelo serviço, que tem por objetivo complementar o atual sistema do CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências) –, primeiro equipamento regional do gênero no País –, que é responsável por emitir alertas às defesas civis das sete cidades em relação a riscos em dias de chuva, e reforçar as ações de combate a enchentes e evitar tragédias.

Conforme nota enviada ao Diário pelo Consórcio Intermunicipal, o trabalho da empresa visa a “otimizar o atual sistema de monitoramento implementado pelo Consórcio em 2021”. Segundo a entidade, a proposta prevê um sistema integrado e atualização em tempo real do monitoramento da chuva, e será aberto a todas as defesas civis da região.

“A proposta é automatizar o atual modelo e integrá-lo com outros sistemas, como os dos próprios municípios e também do Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais, órgão vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação), Cobom (Centro de Operações do Corpo de Bombeiros) e Saisp (Sistema de Alerta a Inundações de São Paulo)”, informou..

“Para a rede de monitoramento de chuvas funcionar em sua plenitude no Grande ABC, é de suma importância que todos os dados medidos estejam integrados em uma única plataforma, que, além de apresentar os dados, possa contribuir para adicionar inteligência ao sistema de monitoramento como um todo. Dessa forma, será criado um ambiente capaz de produzir tomadas de decisão fundamentadas e embasadas”, explicou o secretário executivo do Consórcio, Mário Reali.

O sistema implementado pela entidade em 2021 agrega 31 pluviômetros (instrumentos que medem a quantidade de chuva em determinado local), que monitoram em tempo real os dados de pontos estratégicos da região que historicamente enfrentam episódios de alagamentos, como as cabeceiras do Rio Tamanduateí, além dos córregos Guarará, Oratório, Tamanduateí Médio I, Ribeirão dos Meninos e Ribeirão dos Couros.

ESTUDO

Segundo o mapeamento mais recente da região feito pelo Instituto Geológico (IG ), em 2020, cerca de 246,6 mil imóveis estão em áreas de risco para deslizamentos de terra nas sete cidades. Destes, 55.655, ou 20,5%, têm classificação elevada para o perigo de ocorrências durante as tempestades.

Proporcionalmente, Mauá é a cidade com a maior quantidade de edificações em áreas de risco alto ou muito alto. Ali, quase metade dos 21.698 imóveis em setores mapeados pelo Instituto Geológico, ou 10. 387 construções, está nessa situação.

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