Deputado Luiz Fernando afirma que ‘Metrô está muito mais distante do ABC do que qualquer coisa’
A definição foi dada pelo deputado estadual Luiz Fernando Teixeira (PT), durante coletiva no dia 31 de agosto.
SÃO BERNARDO — A chegada do metrô nas cidades do Grande ABC ainda é uma das principais demandas da região, mas ainda continua “distante”. A definição foi dada pelo deputado estadual Luiz Fernando Teixeira (PT), durante coletiva no dia 31 de agosto.
O pré-candidato à prefeitura de São Bernardo definiu a atual situação do projeto da linha 20-Rosa do Metrô (Santa Marina-Santo André), como muito distante. O petista usou informações do secretário estadual de Parcerias em Investimentos, Rafael Benini, para apontar as principais barreiras para o modal poder chegar na região, debatido entre os políticos há 20 anos.
A primeira barreira apontada pelo deputado é o tamanho do trecho que é debatido, em comparação ao que foi projetado na linha 18-Bronze (Tamanduateí-Djalma Dutra), que foi substituído pelo BRT-ABC.
“Você tinha uma obra que saia do Sacomã (na verdade, Tamanduateí) e vinha até o Alvarenga, com previsão para chegar em Diadema, passando por São Caetano, Santo André e São Bernardo. Agora estão fazendo um trecho que da Lapa até aqui (Santo André). Irmão, posso dizer uma coisa para você? Não vai sair. Se o Governo Federal não disser que faz, que paga, o Governo do Estado não tem condições de fazer, não tem condição. Ainda que o próximo prefeito ou prefeita se reeleja, não verá o Metrô em São Bernardo”, apontou o deputado.
A segunda barreira é o valor investido. Segundo Benini, em audiência da Comissão de Infraestrutura, de Atividades Econômicas e de Transportes e Comunicações, da Assembleia Legislativa, no dia 9 de agosto, o valor previsto para investimento da linha 20-Rosa é de R$ 25 bilhões. Como comparação, o TIC (Trem Intercidades) São Paulo-Campinas tem previsão de investimentos de R$ 12,8 bilhões.
O secretário apontou que não vê a linha 20-Rosa saindo sem que a obra seja colocada em fases, assim como já apontava o projeto original com a primeira fase contemplando o trecho Lapa-Moema e a segunda fase chegando ao ABC.
“Eu não consigo ter um projeto que eu fico mais de 5 anos sem geração de receita, porque ninguém vai financiar e eu preciso de financiamento. Ninguém vai colocar R$ 25 bilhões, o Estado não tem R$ 25 bilhões (para investir), então precisamos de dinheiro de banco financiando isso. A partir de 5 anos eu começo a gerar receita”, iniciou Benini na reunião de 9 de agosto.
“Aí tem a discussão sobre por onde começar. Eu tenho que começar onde eu vou ter demanda do início ao fim. Eu não estou falando que não tem demanda no ABC, mas o ABC tem demanda para vir para São Paulo. Isso é um estudo”, seguiu.
Foi assinado um contrato com a IFC (Internacional Finance Corporation) que fará uma análise dos projetos das linhas 19-Celeste e 20-Rosa. A intenção é que até o final de 2024 seja definido se dará para seguir com os dois projetos, de maneira faseada, ou se será necessário dar prioridade a uma linha só. O Governo do Estado segue com o objetivo de levar o Metrô para o ABC e para Guarulhos.
Enquanto isso, Luiz Fernando considera que houve um erro do Estado em desistir da linha 18-Bronze, que já tinha o contrato assinado e com um valor de investimento mais baixo, cerca R$ 4 bilhões. Levando em conta as estimativas do momento da assinatura, em 2014, a linha já estaria pronta em 2023.
Com informação do RD