Diretor de escola de Santo André vai pagar R$ 40 mil a entidades de apoio à causa LGBTQIA+
Daniel Bellucci Contro, que era diretor da escola Liceu Jardim, era réu no processo por crime de racismo e homofobia, por ter proferido frases homofóbicas e racistas durante uma reunião com pais.
SANTO ANDRÉ – A Justiça de São Paulo determinou na última quarta-feira (19) que o diretor de escola particular em Santo André, que fez declarações homofóbicas, terá que pagar R$ 40 mil a entidades de apoio à causa LGBTQ+.
Daniel Bellucci Contro, que era diretor da escola Liceu Jardim, era réu no processo por crime de racismo e homofobia, por ter proferido frases homofóbicas e racistas durante uma reunião com pais e responsáveis em 3 de novembro de 2021.
O acordo foi homologado pela juíza da primeira vara criminal de Santo André, Maria Silvia Gabrielloni. De acordo com a decisão, ele pagará o valor em duas parcelas. Com o acordo, ele deixa de ser réu, o que juridicamente é chamado de extinção de punibilidade.
A Justiça de São Paulo aceitou denúncia do Ministério Público de São Paulo (MP-SP) contra Daniel em janeiro de 2021. As falas foram gravadas por pessoas presentes no encontro. “Isso não será admitido como normal nesta escola. Já houve pais que saíram da escola recentemente chamando de quadrados, homofóbicos, preconceituosos e que já deveríamos ter o banheiro neutro. Exceto por força de lei, não vai ter, não”, teria dito o diretor.
“Eu queria que alguém apontasse qual o benefício que há para a humanidade, para a pessoa humana, para o jovem, para uma criança, se liberar isso”, teria questionado Daniel, em referência ao banheiro sem distinção de gênero.
“O denunciado praticou, induziu e incitou a discriminação e preconceito contra ciganos e homossexuais, associando tais pessoas à pornografia, menosprezo com a família, problemas de saúde e desenvolvimento das crianças”, escreveu Rosinei na denúncia.
Em depoimento à Polícia Civil, o diretor confirmou que a gravação era condizente com o que ele disse durante a reunião e afirmou que a reunião aconteceu “para proteger as crianças, tratando de questões urgente e crítica”.
Representação criminal em 2021
Em 2021, o vereador Ricardo Alvarez (PSOL), de Santo André, na Grande São Paulo, e o deputado federal Ivan Valente (PSOL) apresentaram ao MP-SP uma representação criminal contra Contro.
Alvarez e Valente foram contatados por pais e mães de alunos.