Estudantes de Medicina são investigados por uso de bandeira com referência a estupro

O caso ocorreu durante a "Intercalo". De acordo com o coletivo, a frase exibida fazia parte de um hino banido em 2017

Foto: Reprodução

SÃO PAULO – A Polícia Civil de São Paulo abriu inquérito para apurar uma denúncia contra um grupo de estudantes de Medicina da Faculdade Santa Marcelina. Durante um evento esportivo para calouros no último sábado (15), os alunos exibiram uma bandeira com os dizeres “entra a porra, escorre sangue”, uma alusão ao crime de estupro.

O ABC em Foco está nos Canais do WhatsApp; clique aqui para participar. Pelo nosso canal você recebe notícias atualizadas de hora em hora.

A denúncia foi feita pelo Coletivo Francisca, grupo formado por alunas e ex-alunas da instituição. Segundo o coletivo, o hino entoado pelos alunos também fazia referência a relações sexuais com membros da Igreja Católica, que compõem o corpo docente da faculdade.

A Faculdade Santa Marcelina repudiou o ocorrido e informou que abriu uma sindicância interna. Dependendo da gravidade da infração, os responsáveis podem receber advertências, suspensão ou até mesmo expulsão.

O caso ocorreu durante a “Intercalo”, evento esportivo organizado pelas atléticas da faculdade. De acordo com o coletivo, a frase exibida na bandeira fazia parte de um hino banido em 2017 por conteúdo machista e violento.

O inquérito policial está em andamento na 8ª Delegacia de Defesa da Mulher (DDM), que aguarda novas denúncias e testemunhos.

Nota publicada pela Faculdade Santa Marcelina: 

“A Faculdade Santa Marcelina se manifesta veementemente contrária ao ocorrido no último dia 15 de fevereiro, em uma competição esportiva que contou com a participação de estudantes do curso de Medicina, integrantes da Associação Atlética Acadêmica (AAAPV).

A instituição esclarece que, no ato de matrícula, o aluno aceita um compromisso formal com a faculdade, de respeito aos seus princípios éticos e morais, à dignidade acadêmica e à legislação vigente. Atitudes como essa constituem agravo à instituição e sua tradição, missão e valores e também à sociedade como um todo.

Nesse sentido, a Faculdade Santa Marcelina já iniciou um procedimento de sindicância interna para apuração dos fatos e os alunos da instituição responsáveis pelos atos (que ocorreram fora de suas dependências) serão penalizados conforme os princípios estabelecidos e a gravidade da infração. Entre as punições estão advertências verbais e escritas, suspensão e até desligamento (expulsão) da faculdade.” 

Leia mais:
Deixe seu comentário