FEI de São Bernardo realiza quinta semana de estudos amazônicos 

A Semea tem como objetivos centrais levar os conhecimentos e desafios existentes na Amazônia para que seja possível estudar sobre isso para além do seu território, elenca Irene Lopes, secretária executiva da Repam-Brasil.

Ao todo, foram 61 convidados da Amazônia para participar dos eventos. (Foto | Reprodução)

SÃO BERNARDO – A 5ª Semana de Estudos Amazônicos (Semea) apresentará série de palestras na Fundação Educacional Inaciana Padre Sabóia de Medeiros (FEI), no campus São Bernardo, até sexta-feira.

O encontro, promovido pela Companhia de Jesus, reúne lideranças indígenas, além de jesuítas, professores e outros especialistas para debater temas como sustentabilidade, preservação ambiental, economia circular e saberes ancestrais. A programação ocorre anualmente em diferentes instituições jesuítas do Brasil.

Na FEI, o reitor Gustavo Donato se comprometeu a construir projeto de pesquisas acadêmicas a favor da Amazônia.

“Pensamos como nossas tecnologias podem ajudar nesse debate. A FEI quer formar pessoas para uma sociedade mais justa e desenvolvida. Queremos entender as dores para saber quais são as possíveis soluções e possibilidades de avanço alinhadas à Agenda 2030. Uma floresta em pé tem mais valor que uma explorada de forma indevida. Devemos transformar essas emergências em possibilidades de um amanhã melhor”, pontuou o reitor durante cerimônia de abertura. 

Para ele, a FEI é um celeiro de desenvolvimento que deve planejar como juntar o avanço econômico e social com a sustentabilidade, já que cadeias globais estão sendo redesenhadas para priorizar a circularidade econômica. 

Marcivana Sateré Mawé, liderança da Copime (Coordenação dos Povos Indígenas de Manaus e Entornos), declarou que na Amazônia tudo que é desenvolvido por eles visa os direitos da natureza. “Os elementos estão conectados. A Semea vai para além de encontros pontuais. É assumir um compromisso, discutir políticas públicas, colocar o conhecimento das universidades em prol da vida. Temos uma economia formada por mulheres, jovens, anciãos, em que tudo é aproveitado. A economia indígena é bem diferente dessa ligada à exploração e destruição de saberes ancestrais.” 

Ao todo, foram 61 convidados da Amazônia para participar dos eventos. A Semea tem como objetivos centrais levar os conhecimentos e desafios existentes na Amazônia para que seja possível estudar sobre isso para além do seu território, elenca Irene Lopes, secretária executiva da Repam-Brasil (Rede Eclesial Pan-Amazônia). “Queremos provocar pensadores contemporâneos para pensar em formas de preservação ambiental. A sabedoria ancestral indica o caminho de retorno para nossas origens para ressignificar as práticas cotidianas. Devemos debater governança, sustentabilidade e economia circular e, assim, repensar nossas ações através do conhecimento dos povos amazônicos.”

Hoje, o debate será levado para audiência na Alesp (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo). Amanhã, a FEI terá roda de conversa sobre saberes femininos como tecnologias ancestrais, migração e refúgio, tecnologias a serviço da Amazônia, sociobiodiversidade e agricultura familiar. O último dia, sexta-feira, começará com oficina de mandala da espiritualidade. Depois, roda de conversa sobre gestação, parto e puerpério nas culturas tradicionais, direitos da natureza e defesa dos defensores socioambientais, e encerramento com síntese dos compromissos assumidos durante a semana.

Deixe seu comentário