Funcionários do canil acusam São Bernardo de não cumprir TAC

A preocupação dos funcionários, além da sobrecarga de trabalho, é a segurança dos profissionais que lidam com os animais.

A prefeitura ainda não se pronunciou. (Foto | Reprodução)

SÃO BERNARDO – Funcionários do canil municipal de São Bernardo denunciam que a gestão do prefeito Orlando Morando (PSDB) e a Fundação do ABC (FUABC ), gestora do equipamento, descumprem Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) formalizado ainda no governo de Luiz Marinho (PT) no que diz respeito ao número de trabalhadores – entre outras obrigações – e também abusos e assédio moral por parte da coordenadora, Cristiane Marcusso.

Segundo denuncias feitas ao site Diário, o espaço no Centro de Controle de Zooneses (CCZ ), no Rudge Ramos, reservado aos cuidados com animais deveria ter, pelo menos, dois responsáveis em cada setor: nos canis individual e coletivo e na baia destinada a animais de grande porte. No entanto, em cada um há apenas um responsável.

A preocupação dos funcionários, além da sobrecarga de trabalho, envolve sobretudo a segurança dos profissionais que lidam, inclusive, com animais bravios (cães) e outros de grande porte, como cavalos, por causa dos riscos de acidentes, como o ocorrido há cerca de 15 dias, quando um rapaz foi atacado no braço por um pitbull e socorrido por um dos profissionais do departamento. “Até por uma questão de segurança, antigamente o quadro era maior, com dois e até três trabalhadores, mas agora temos apenas um, o que é bem arriscado, porque em caso de ataque de um animal, o responsável do turno não terá quem o ajude”, relata trabalhador em um dos áudios enviado a reportagem.

Outro ponto levantado é que nem todos os funcionários conseguem manejar com eficácia toda espécie de animal ou têm afinidade com cães, por exemplo, e que isso também implica em riscos quando se tem deficit de pessoal.

“A questão é que precisamos de mais funcionários, porque segurança é crucial no nosso serviço, nem todo funcionário tem afinidade com cachorro. Alguém pode até dizer que é preciso ter treinamento. Não importa, com ou sem treinamento sempre há risco de acidentes quando se trabalha com animais, e por isso tem de ter dois funcionários em cada setor, no mínimo”, reclamam.

ASSÉDIO E ABUSOS

Ainda segundo a reportagem, em outros áudios, os relatos denunciam que os funcionários enfrentam condições precárias para o desempenho das funções, como no caso dos motoristas, obrigados a trabalhar em veículos cujos bancos estão em péssimo estado, praticamente sem estofamento nos bancos e encostos. Também relatam prática de assédio moral e abuso de poder por parte da coordenadora do departamento, Cristiane Marcusso, que é acusada de tratar funcionários aos gritos, de fazer piadas, expor e humilhar trabalhadores.

“Outro dia mesmo um rapaz subiu até o refeitório para ver o almoço dele, mas a Cristiane subiu e gritou muito com ele. Foi uma cena totalmente descompensada. Também tem abuso de poder por parte dela. Ninguém pode opinar em nada. É tipo na base do faz o que estou mandando e pronto”, traz trecho de áudio.

Outra situação que agrava as condições de trabalho das equipes do canil é o fato de aos fins de semana e feriados não contarem com motoristas de plantão, já que houve determinação de corte de horas extras, e adoção de banco de horas. Segundo relatam, operadores do canil e veterinários praticamente foram coagidos a aceitar, sob risco de demissão, mas o motoristas se negaram, o que implica dizer que, em caso de acidente com funcionário, será complicado providenciar o socorro.

A prefeitura não se pronunciou até o momento.

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