Grande ABC promove agenda sobre Dia da Mulher Negra

No Grande ABC, as denúncias sobre violência contra mulheres negras (pardas e pretas) saltou de 205 no primeiro semestre de 2022 para 289 de janeiro a junho deste ano.

De acordo com a coordenadora, a data de hoje dá visibilidade às demandas que visam recortes de raça e gênero. (Foto | Reprodução)

GRANDE ABC – No Dia da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha, comemorado nesta terça-feira (25), Santo André, Mauá, Diadema e Ribeirão Pires promovem agenda para debater equidades racial e de gênero. A data também exalta a memória e trajetória da líder quilombola Tereza de Benguela (1700-1770).

No “Julho das Pretas”, a titular da Coordenadoria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Creppir) diademense, Márcia Damaceno, destaca que mulheres pretas sempre foram fundamentais nas lutas e conquistas de direitos sociais.

“O maior avanço do movimento negro é a possibilidade de organização, seja na esfera municipal, estadual ou federal. As mulheres negras sempre estiveram engajadas nos movimentos sociais. São maioria para levantar bandeiras por moradia e educação. A saúde é uma pauta contínua, principalmente em relação à violência obstétrica. Vemos muitas ações de combate ao genocídio da população negra sendo organizadas por mães pretas que pedem políticas de reparação do Estado”, analisa Márcia.

No Grande ABC, as denúncias sobre violência contra mulheres negras (pardas e pretas) saltou de 205 no primeiro semestre de 2022 para 289 de janeiro a junho deste ano, segundo o Painel de Dados da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos do Disque 100. O número indica alta de 41%.

De acordo com a coordenadora, a data de hoje dá visibilidade às demandas que visam recortes de raça e gênero. Ela elenca também, que o mês de julho fornece reflexão sobre a disparidade histórica existente no Brasil. “Relembrar Tereza de Benguela é mostrar às crianças que existem heroínas negras. Os negros têm inúmeros desafios, como desigualdade salarial, fome, cultura de violência causada pelo machismo e racismo. São pautas que devem ser discutidas diariamente. O Julho das Pretas reforça essa necessidade.”

Tereza de Benguela foi uma resistência contra a escravidão brasileira. Ela liderou o Quilombo Quariterê por 20 anos. Também conhecido como Quilombo do Piolho, ele ficava na fronteira do Mato Grosso com a Bolívia.

PROGRAMAÇÃO
O Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André, na Rua Gertrudes de Lima, 202, terá o evento “Julho das Pretas ABC” no domingo (30), a partir das 10h, com feiras literárias de empreendedores e outras atividades culturais.

No Teatro Clara Nunes, Rua Graciosa, número 300, em Diadema, haverá hoje bate-papo com a escritora Ryane Leão a partir das 20h. Ela é autora das obras “Tudo nela brilha e queima: poemas de amor e luta” (2017) e “Jamais peço desculpas por me derramar: poemas de temporal e mansidão” (2019). A autora vai falar sobre sua trajetória na literatura.

Em Mauá, a programação hoje será na Praça da Paineira a partir das 10h. O local, na Avenida Barão de Mauá, s/nº, esquina com a Rua Prefeito Enio Brancalion, terá feira artesanal e venda de produtos de economia solidária. Também haverá informações para se cadastrar no EJA (Educação de Jovens e Adultos) e em vagas de emprego através do CPTR (Centro Público de Trabalho e Renda). No sábado (29), a partir das 15h, haverá roda de conversa e sarau com Diva Alves e Simone Nascimento, do MNU (Movimento Negro Unificado), na Associação Cultural Dona Jô, na Rua da Liberdade, 363, Jardim Ipê, em Mauá.

Ribeirão Pires fará a celebração hoje, às 18h30, no Anfiteatro Municipal Arquimedes Ribeiro, na Rua Diamantino de Oliveira, 218, com apoio do Compir (Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial) e Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo) de Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra.

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