Irmãos acusados de roubar, matar e queimar família em Santo André serão julgados nesta segunda

O júri popular dos irmãos Juliano Oliveira Ramos Júnior e Jonathan Fagundes Ramos está marcado para começar às 10h.

O júri popular dos irmãos Juliano Oliveira Ramos Júnior e Jonathan Fagundes Ramos está marcado para começar às 10h no Fórum de Santo André. (Foto | Reprodução)

SANTO ANDRÉ – Dois irmãos acusados de roubar, matar e queimar uma família em janeiro de 2020, em Santo André, deverão ser julgados nesta segunda-feira (21). Outros três réus, incluindo a filha das vítimas, foram condenados em junho deste ano a penas que, somadas, totalizam mais de 192 anos de prisão.

Todos os cinco estão presos e negam os crimes. O Ministério Público (MP) os acusou de roubo, homicídio doloso qualificado (por motivo torpe, meio cruel e recurso que dificultou as defesas das vítimas), ocultação de cadáver e associação criminosa.

O júri popular dos irmãos Juliano Oliveira Ramos Júnior e Jonathan Fagundes Ramos está marcado para começar às 10h no Fórum de Santo André, na região metropolitana de São Paulo. Segundo fontes do g1, o julgamento deve terminar entre esta segunda e terça-feira (22).

Os irmãos Ramos e mais três pessoas são acusados de participar dos assassinatos do casal de empresários Romuyuki Veras Gonçalves, de 43 anos, e Flaviana de Meneses Gonçalves, de 40, e do filho deles, o estudante Juan Victor Gonçalves, de 15.

Caberá ao juiz Lucas Tambor Bueno dar a sentença após a votação dos jurados. Sete pessoas serão escolhidas pela acusação e pela defesa para compor o júri. Elas votarão ao final se absolvem ou condenam os réus ou parte deles. Se houver condenação, o juiz também aplicará as eventuais penas pelos crimes.

Ainda no primeiro semestre, a Justiça condenou a filha do casal e irmã do adolescente, Anaflávia Martins Gonçalves, e a então namorada dela, Carina Ramos de Abreu, mais Guilherme Ramos da Silva, amigo dos Ramos, pelos crimes.

Anaflávia recebeu pena de 61 anos, 5 meses e 23 dias de reclusão, em regime inicial fechado. Carina foi punida com 74 anos, 7 meses e 10 dias de reclusão, também em regime fechado. E Guilherme foi condenado a 56 anos, 2 meses e 20 dias no fechado.

Anaflávia, porém, não foi condenada pelo assassinato do irmão, somente dos pais. A decisão revoltou a avó da jovem, que esperava que a neta recebesse uma condenação maior. Epaminondas Gomes de Farias, advogado contratado por parentes das vítimas, disse que entrou na Justiça com um recurso para que a irmã do adolescente seja julgada novamente só por este crime.

“Não foi como eu esperava. Não foi o que eu queria. A monstra Anaflávia só respondeu por dois homicídios. E o Juan?”, disse Vera Lúcia Chagas Conceição, mãe de Flaviana, uma das vítimas, e avó de Anaflávia, uma das rés.
“Que ela [Anaflávia] volte novamente ao tribunal do júri para responder apenas pela morte do irmão, seja condenada e receba também uma pena compatível com a monstruosidade dela”, disse Epaminondas ao g1. Ele também atua no processo como assistente da acusação feita pelo MP.

Processo desmembrado para irmãos

A Justiça desmembrou o processo com relação a Juliano e Jonathan depois que eles destituíram a advogada Alessandra Jirardi, que os defendia. Os motivos de desistência não foram divulgados. O advogado Fábio Costa, que defendeu Carina, assumiu a defesa deles.

O caso repercutiu à época na imprensa. Vídeos de câmeras de segurança gravaram os cinco réus entrando e saindo da residência onde as três vítimas moravam, num condomínio fechado de casas em Santo André. O casal e o filho foram mortos no local em 27 de janeiro de 2020. Acabaram assassinados com golpes na cabeça durante um assalto na residência deles.

Os corpos só foram encontrados no dia seguinte, em 28 de janeiro daquele ano. Estavam carbonizados, dentro do carro da família, numa área de mata em São Bernardo do Campo, município vizinho a Santo André.

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