Lula ironiza ‘golpe de Bolsonaro’ em evento na PUC-SP
Em seu discurso de quase 40 minutos, o petista ironizou as declarações de Bolsonaro sobre as eleições, além disso, disse que o PSDB acabou.
SÃO PAULO – O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ironizou as ameaças do presidente Jair Bolsonaro (PL) de não aceitar o resultado da eleição deste ano, em um evento promovido pela PUC, em São Paulo. Além de ironia, Lula afirmou que o PSDB acabou.
Em seu discurso de quase 40 minutos, o petista ironizou as declarações de Bolsonaro sobre as eleições. “Não adianta o Bolsonaro dizer que vai dar golpe, que ‘só Deus me tira daqui’. Como eu acredito que a voz do povo é a voz de Deus, a voz do povo vai tirar ele de lá”, afirmou.
“Me prenderam achando que a gente ia ficar mais fraco e a verdade é que vocês fizeram eu sair da cadeia muito mais forte do que eu entrei. Eles achavam que iam nos tirar, que iam banir o PT”, disse Lula.
Lula participou do evento de lançamento do livro “Querido Lula: Cartas a um Presidente na Prisão”, no teatro Tuca, da PUC (Pontifícia Universidade Católica) de São Paulo.
“Estamos lutando contra gente muito ruim, contra os matadores da Marielle, os milicianos, as pessoas que não têm medo de matar inocente, de fazer com o Genivaldo o que a Polícia Rodoviária fez em Sergipe”, disse.
Lula também voltou a criticar empresários, disse que irá se reunir com eles e com banqueiros e afirmou que eles só “pensam no dinheiro que é para reverter para eles”.
Além de ironizar Bolsonaro, Lula disse que o PSDB acabou.”Vocês estão lembrados que uma vez um senador do PFL, o Jorge Bornhausen, disse que era preciso acabar com ‘essa desgraça do PT’. O PFL acabou. E agora quem acabou foi o PSDB. E o PT continua forte, crescendo e continua um partido que conseguiu compor a maior frente de esquerda já feita neste país”, continuou.
Também participaram do evento a ex-presidente Dilma Rousseff (PT), o ex-prefeito Fernando Haddad (PT) e a socióloga Rosângela da Silva, a Janja, esposa de Lula.
O livro, da editora Boitempo, reúne 46 cartas que foram enviadas ao ex-presidente durante os 580 dias em que ele esteve preso na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba.