Mauá inaugura cursinho comunitário para o Enem

O projeto aceita professores voluntários, principalmente de biologia, e doações de itens como cadeiras, alimentos, livros e computadores.

A iniciativa foca na preparação para vestibulares e prioriza o Enem (Foto | Reprodução)

MAUÁ – O Núcleo Dona Jô, cursinho comunitário fruto da parceria entre o Movimento Antirracista Dandara e a Uneafro Brasil (União de Núcleos de Educação Popular para Negros e Classe Trabalhadora), foi inaugurado na Rua da Liberdade, 363, na Vila Magini, em Mauá.

Em um mês de trabalho, o espaço já conta com nove docentes e 30 estudantes para as aulas ministradas aos sábados, das 9h às 16h, com café da manhã e almoço coletivo.

A iniciativa foca na preparação para vestibulares e prioriza o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). O projeto aceita professores voluntários, principalmente de biologia, e doações de itens como cadeiras, alimentos, livros e computadores.

André Santos, 35 anos, presidente da Associação Cultural Dona Jô, diz que a instituição surgiu de uma vontade antiga dos integrantes do Movimento Dandara, de Mauá, em terem um espaço de ações culturais e educacionais na cidade. “Entre a equipe de organização, a Julia Gomes, integrante da Uneafro, fez a ponte para abrirmos o cursinho da rede aqui. Atuo como professor de matemática e temos voluntários para as disciplinas de língua portuguesa, redação, física, química, geografia, filosofia, sociologia e história da arte. Para a equipe ficar completa, precisamos de um docente para ministrar biologia. Novos integrantes para aulas que já temos também são essenciais para trabalharmos com esquema de revezamento”, informa.

Jéssica Ferreira, 25, coordenadora do Núcleo Dona Jô, destaca que a Uneafro Brasil tem a premissa de implementar as unidades da rede em territórios periféricos. “As pessoas nos procuram para formar locais de educação comunitária. Normalmente, são lugares que possuem outras iniciativas, como associações culturais de bairro. A gente se dispõe a construir essas relações com organizações educacionais, da juventude e do movimento negro”, detalha. Segundo ela, a educação popular oferecida nos núcleos prioriza alunos pretos e periféricos matriculados em escolas públicas. 

O nome “Dona Jô” homenageia Josefina Batista de Jesus. De acordo com o presidente da instituição, a mulher, que morreu no fim de 2022, era responsável por uma associação em Mauá e realizava trabalhos de conscientização e preservação ambiental. “Ela era amiga dos integrantes do Movimento Dandara e tinha parceiros em pautas sobre agroecologia e economia solidária no Grande ABC. A escolha se deu porque ela era da região e lutou a vida inteira por temas sociais”, diz Santos. 

No site  www.acdj.org, é possível se inscrever para o cursinho popular, assim como outras oficinas da Associação Cultural Dona Jô (pilates, estamparia, circo, danças, teatro etc.). O contato para voluntariado pode ser feito pelas contas @donajo.ac ou @dandara.abc no Instagram. 

A Uneafro Brasil possui outros dois espaços de ensino no Grande ABC. O Núcleo Tia Jura fica na Rua Jurubatuba, 1.610, no Centro de São Bernardo, e o Núcleo Marielle Franco está localizado na Associação de Moradores dos Cafezais, na Rua Passagem dos Cafezais, 763, no Montanhão, também em São Bernardo.

A rede conta com o núcleo virtual e as inscrições estão abertas pelo pelo link.

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