Museu de Arte Popular de Diadema realiza exposição de  xilogravura de Jerônimo Soares

Serão expostas 15 xilogravuras, sendo cinco em preto e branco, a partir desta quarta-feira (9) e encerra no dia 30 de dezembro, no MAP.

Xilogravura . Foto: reprodução Jeronimo Soares
Xilogravura . Foto: reprodução Jeronimo Soares

DIADEMA – O Museu de Arte Popular (MAP), localizado na Rua Graciosa, no Centro de Diadema, no Grande ABC, apresenta, a partir desta quarta-feira (9), às 19h30, obras de Jerônimo Soares, 88 anos, um dos maiores nomes da  xilogravura do Brasil.

Batizada de “A Xilogravura Inventiva de Jerônimo Soares – Séries 200 anos de Independência e Cores do Sertão”, a  mostra reúne 15 xilogravuras de autoria de Jeronimo. 

Serão expostas 15 xilogravuras, sendo cinco em preto e branco, retratando episódios históricos ou releituras de situações históricas relacionadas à Independência do Brasil, e dez coloridas, que retratam cenas cotidianas da vida do povo nordestino. As duas séries foram contempladas com recursos do ProAc/2021.

Jerônimo trabalha com xilogravuras – arte e técnica de fazer gravuras em relevo sobre madeira – e desenvolveu uma técnica exclusiva com perfurações por agulhas (normalmente, os cortes na madeira são feitos com estiletes e goivas).

Recentemente, Jerônimo disse que  no Brasil e no mundo só ele faz assim, afirmando  com orgulho que  essa característica diferenciou o seu trabalho de outros artistas. Ele foi elogiado pelo escritor Jorge Amado : “Suas madeiras para capas de folhetos de cordel são de real beleza, poderosas e poéticas”, registrou o escritor. 

Os trabalhos que serão expostos foram feitos no último ano. Com alguma dificuldade de movimentos, depois de um problema de saúde, Jeronimo contou que levou cerca de uma semana para desenhar cada matriz.

As obras do artista poderão ser apreciadas até dia 30 de dezembro, no Museu de Arte Popular.

Natural de Esperança, na Paraiba (PB), Jerônimo começou a trabalhar com xilogravura aos 12 anos de idade na sua terra natal. Dali em diante, seu talento não parou de crescer. Mais adulto, foi para São Paulo e ficou por 15 anos expondo suas obras na Praça da República, centro da Capital.

“Assim que deixei o Nordeste, comecei a apresentar o meu trabalho. Muita gente vinha me procurar ali”, lembra-se.

Radicado em Diadema/SP, residindo em Jardim Canhema, tem mais de 58 peças produzidas. Seus trabalhos são continuamente expostos em galerias e museus, a exemplo do MAP e da Pinacoteca de São Bernardo.

O artista desenvolveu um estilo próprio a partir de uma agulha especial feita de aço que inventou em 1978. Com esta ferramenta “costura” a madeira para dar origem as suas criações que ilustram capas de livros, CDs e folhetos de cordel.

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