Policiais são presos suspeitos de estuprar foliona dentro de viatura que pegou carona em Diadema
A jovem denunciou ter sido abusada enquanto estava no banco traseiro da viatura dos PMs, que a levavam até a cidade de São Paulo.

DIADEMA — Dois policiais militares foram presos por descumprimento de missão após abandonarem seus postos sem autorização para dar carona a uma jovem de 20 anos, que os acusou de estupro. O caso ocorreu na cidade Diadema, no Grande ABC, na última segunda-feira (3).
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A jovem relatou aos familiares que havia sido abusada enquanto estava no banco traseiro da viatura dos PMs, que a levavam até a cidade de São Paulo. A denúncia foi inicialmente feita pelo tio da vítima, que afirmou que sua sobrinha havia pedido ajuda durante um bloco de carnaval em Santo André.
Segundo o relato, os policiais pediram para que ela entrasse na viatura, alegando que a levariam para casa. Porém, por volta das 22h27, a jovem enviou um áudio para o tio, no qual afirmava ter sido abusada e pedia ajuda. Minutos depois, ela enviou fotos e vídeos dentro da viatura – imagens que depois ajudaram a identificar os policiais.
Após receber as mensagens, o tio perdeu o contato com a jovem, que foi localizada horas depois, na UPA Liberdade, em estado agitado e sem seu celular. Segundo informações, ela foi encaminhada à unidade de saúde por um escrivão do 26º DP, que acionou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) devido ao seu estado de perturbação emocional. Os policiais envolvidos, identificados como soldado Leo Felipe Aquino da Silva e cabo James Santana Gomes, foram chamados para esclarecer a situação e negaram o crime.
Eles alegaram que encontraram a jovem desorientada em Diadema, afirmando “estar perdida e não conhecer ninguém”, e por isso foram prestar socorro a ela. Segundo eles, ela teria tido um “surto” dentro da viatura, agredindo-os com tapas, e que, em razão disso, pediram para que ela saísse do carro nas proximidades da Rodovia Anchieta. Os agentes ainda afirmaram que a jovem os teria ameaçado de acusá-los de estupro caso não a levassem para casa.
Ambos os policiais estavam equipados com câmeras corporais, e a Corregedoria da PM investiga se elas foram retiradas durante a carona. De acordo com o Metrópoles, a foliona foi deixada em uma área de descampado, descalça, e todos os pertences dela, incluindo o celular, foram levados pelos PMs. A foliona acusou os policiais de terem ingerido bebida alcoólica e foi submetida a um exame de corpo de delito.
Os dois PMs também realizaram exames para detecção de álcool, mas os resultados ainda não foram divulgados. O caso, que gerou uma grande repercussão, resultou na prisão em flagrante dos policiais e na decretação de prisão preventiva pela Justiça na terça-feira (4). Os dois policiais permanecem no Presídio Militar Romão Gomes, e a investigação segue em andamento. A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo afirmou que todas as circunstâncias do caso estão sendo apuradas, incluindo a análise das imagens das câmeras corporais.
A Polícia Militar declarou que está comprometida com a legalidade e a transparência, e que qualquer desvio de conduta será tratado com rigor. O caso continua sendo investigado para esclarecer todos os fatos e responsabilizar os envolvidos.