Prefeito de Diadema retira radar de velocidade
A Prefeitura alegou que estudos técnicos apontaram não haver mais necessidade do radar naquele ponto.

DIADEMA — O prefeito de Diadema, Taka Yamauchi (MDB), causou polêmica ao publicar nas redes sociais um vídeo em que retira e destrói as câmeras de um radar localizado na avenida São José, no Centro. Segundo ele, o equipamento estaria multando motoristas indevidamente e simbolizaria a chamada “indústria da multa”.
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A Prefeitura alegou que estudos técnicos apontaram não haver mais necessidade do radar naquele ponto e afirmou que quatro dos 44 radares da cidade serão removidos até julho. No entanto, não apresentou laudos que comprovem a alegação de funcionamento irregular do aparelho.
Para o professor de direito constitucional da Universidade São Judas Tadeu, André Adriano do Nascimento, a atitude do prefeito pode ser interpretada como estímulo à impunidade. “A destruição simbólica de um instrumento de fiscalização por parte de uma autoridade pública transmite uma mensagem perigosa. Pode ser lida como autorização tácita ao desrespeito às normas de trânsito”, alertou o especialista.
Ele destacou ainda que, mesmo com eventuais falhas, a retirada arbitrária de radares enfraquece o senso de responsabilidade dos condutores e representa risco à segurança viária. “Sem fiscalização, cresce a sensação de impunidade e, consequentemente, o número de infrações”, completou.
O especialista também lembrou que o ato do prefeito pode configurar crime de dano qualificado, conforme o artigo 163 do Código Penal.
Outros municípios da região adotam posturas distintas. São Bernardo, por exemplo, informou manter 154 radares fixos em operação, usados tanto para fiscalização quanto para conscientização. Já Rio Grande da Serra disse não contar com radares atualmente. As demais prefeituras não se pronunciaram até o momento.