Prefeitos debatem criação de Instituto Federal no Grande ABC
O objetivo do movimento é a criação de um instituto federal autônomo que possa atender a todas as necessidades do Grande ABC.
GRANDE ABC – Demanda antiga da sociedade civil, da comunidade escolar e de movimentos sociais, a criação de um IF (Instituto Federal) na região foi um dos temas da assembleia dos prefeitos no Consórcio Intermunicipal do Grande ABC, realizada na manhã desta terça-feira (11), na sede da entidade, em Santo André.
A proposta foi apresentada por representantes do Movimento Pró IF-ABC (Pró-criação do Instituto Federal do Grande ABC), entidade da sociedade civil que milita em favor da implantação da unidade de ensino pública na região. Além dos integrantes do grupo, participaram duas alunas secundaristas do Ares (Associação Regional dos Estudantes Secundaristas), e os prefeitos Guto Volpi (PL), de Ribeirão Pires; José de Filippi Júnior (PT), de Diadema; Penha Fumagalli (PSD), de Rio Grande da Serra; o prefeito interino de Santo André, Luiz Zacarias (PL), e o presidente do consórcio e chefe do Executivo de Mauá, Marcelo Oliveira (PT).
O movimento solicitou aos gestores públicos apoio para elaboração de um plano estratégico para construção de uma unidade federal nos municípios, e também apresentou a necessidade de trabalhar de maneira regional para fortalecer as chances de viabilizar a implantação do instituto na região.
Segundo o prefeito Marcelo Oliveira, o governo federal deverá publicar no próximo mês, um edital para construção de 400 unidades federais no País. Atualmente, o Brasil conta com 600 Institutos Federais, e a expectativa é que esse número chegue a 1.000 unidades.
Marineide de Oliveira Gomes, professora universitária e membro da coordenação do movimento, explica que aguardam a liberação do edital para saber quais serão os critérios estabelecidos. “Assim, as cidades poderão se adequar às especificações, como arrumar um prédio público para receber a unidade federal, avaliar as condições orçamentárias, assumir algumas contrapartidas, entre outras necessidades. Estamos buscando uma unidade para cada uma das cidades, ou pelo menos uma que tenha um escalonamento para que seja mantida uma perspectiva regional”, explica.
O objetivo do movimento é a criação de um instituto federal autônomo que possa atender a todas as necessidades do Grande ABC. A reivindicação existe desde 2013 e contempla a demanda de empresas e sindicatos por ensino técnico e integral nas unidades.
O Movimento Pró IF-ABC defende a criação de uma unidade própria, com autarquia e reitoria próprias e atuação autônoma. Desta forma, a instituição será diferenciada pedagogicamente, seguindo demandas específicas da região.
“Os cursos precisam dialogar e preencher as demandas e as necessidades do mercado, que não são as mesmas das décadas de 1970 ou 1980, não somos mais uma região industrial. É preciso se reinventar, se descobrir, pensar a produção, e a instituição deve agregar a isso”, disse Marineide.
Entre os benefícios do equipamento para a região, o presidente do consórcio e prefeito de Mauá, Marcelo Oliveira, destacou a especialização da mão de obra por meio de uma unidade de ensino pública e gratuita.
“Existe uma demanda grande das empresas da nossa região por trabalhadores com curso profissionalizante ou técnico. Temos muitas pessoas formadas em faculdades com várias profissões, mas existe uma demanda por cursos técnicos. Diante disso, o Instituto Federal vai ajudar muito o Grande ABC”, afirmou.
Além da reunião no consórcio, o Movimento Pró IF-ABC já realizou neste ano três audiências públicas sobre o tema, nas Câmaras de Mauá e Diadema, e também na Alesp (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo).
A previsão é que sejam realizadas audiências até o fim do ano nos outros cinco municípios da região – a próxima está prevista para ocorrer dia 3 de agosto na Câmara Municipal de São Bernardo.