Professores fazem ato nesta sexta contra demissões e política educacional de SP

O sindicato realiza um ato de protesto contra demissões, fechamento de salas nesta sexta-feira, contra demissão de 15 mil professores.

Professores realizarão protesto contra demissão. Foto: divulgação
Professores realizarão protesto contra demissão. Foto: divulgação

SANTO ANDRÉ – Organizado pela regional de Santo André da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo) e com adesão de outras regionais do ABC, da Capital e de outras cidades da região metropolitana, um ato de protesto contra demissões, fechamento de salas de aula e a política educacional do governo paulista será realizado nesta sexta-feira (31/01) às 17h, na estação de trens de Santo André. O evento contará com carro de som e panfletagem.

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O governo do Estado nega demissões, alegando ter realizado concurso público para preencher 15 mil vagas, e justifica o fechamento de salas como parte de um processo de otimização da formação de turmas, de acordo com a demanda. No entanto, para a coordenadora da Apeoesp de Santo André, Maíra Machado, o ato tem como objetivo informar os pais de alunos sobre as dificuldades enfrentadas pelos professores, com o fechamento de salas de aula dos cursos noturnos e do EJA (Educação de Jovens e Adultos). “A nossa ideia com esse ato é explicar a nossa luta contra as demissões e a redução de aulas importantes, como as de história e geografia, além das mudanças na matriz curricular”, disse Maíra.

De acordo com a coordenadora, as mudanças na matriz curricular prejudicam a formação do aluno, com a redução das aulas de história e geografia no Ensino Fundamental e a diminuição do número de aulas no total. Além disso, a reforma afetou a contratação de professores de tecnologia, com a substituição de profissionais especializados por pessoas com Ensino Médio completo.

André Stábile, presidente do Instituto Educacionista, também criticou a falta de transparência do governo em relação ao número de professores necessários para cada escola. “Faz tempo que as famílias relatam falta de professores nas escolas. Enquanto não houver transparência, o governo continuará tomando decisões sem planejamento adequado”, afirmou.

Stábile também criticou a redução das aulas de ciências humanas, como história e filosofia, destacando que isso prejudica o desenvolvimento de habilidades socioemocionais dos alunos, como a comunicação e o pensamento crítico. “Reduzir essas matérias mina a capacidade dos alunos de se tornarem cidadãos críticos e analíticos”, afirmou.

Em resposta, a Secretaria de Educação do Estado de São Paulo emitiu uma nota em que esclareceu que as modificações na matriz curricular, que devem entrar em vigor em 2025, buscam adaptar o currículo à nova legislação do Ensino Médio. A secretaria também destacou que a redução das aulas de história e geografia não significa despriorização dessas matérias, e que a quantidade de aulas desses componentes está em linha com outras redes de ensino públicas e privadas.

A manifestação continua sendo uma forma de protesto contra o que os professores consideram uma precarização do ensino e das condições de trabalho nas escolas públicas do estado.

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