Santo André e São Bernardo estão no top 10 de roubo de carga em São Paulo

Foram 149 ocorrências de roubo e furtos em São Bernardo e 111 em Santo André, conforme dados sa Secretaria de Segurança Pública.

SANTO ANDRÉ – Dois municípios do Grande ABC, em São Paulo, estão no top 10 de roubo de carga. São Bernardo ocupa a quarta posição, enquanto Santo André ficou na sétima em 2024.

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Foram 149 ocorrências em São Bernardo e 111 em Santo André. Os dados também incluem notificações de furto e receptação. Com 2.494 casos, a Capital aparece na primeira posição, seguida de Guarulhos (253) e Osasco (172).

Segundo a plataforma SP Carga, da SSP (Secretaria de Segurança Pública), a região contabilizou 28 registros por mês em média em 2024, totalizando 336 casos no ano, elevação de 2,4% no período em relação a 2023, com 328. No Estado, foram registrados 5.418 roubos de carga no ano passado, enquanto em 2023 foram 6.727 – diminuição de 19,4%.

Do total de ocorrências notificadas na região no ano passado, mais da metade, 292 (86,9%), foram de roubo, 30 (8,9%) de furto e 14 (4,1%) de receptação. Ainda de acordo com o levantamento, dos 336 registros, os bandidos fizeram a abordagem em mais da metade, ou 52,9%, enquanto a carga estava sendo entregue. Em 24,4% dos casos, foi com o carregamento em movimento, segundo tipo de abordagem mais utilizado.

A proximidade com centros logísticos e importantes malhas viárias, como as Rodovias Imigrantes e Anchieta e o Rodoanel Mário Covas, aumentam o fluxo de veículos de carga na região e consequentemente os riscos de subtração, conforme explica Pedro Marcondes, capitão da Polícia Militar e especialista em segurança pública.

“Além disso, a grande densidade urbana, a existência de rotas de fuga facilitadas e a proximidade com a Capital favorecem a atuação dos criminosos, permitindo que os roubos sejam executados rapidamente e a carga seja desviada antes da chegada da polícia”, explicou.

Conforme a reportagem do Diário do Grande ABC, Marcondes descreve ainda o perfil dos criminosos. “Os criminosos que atuam neste tipo de rede criminosa costumam pertencer a quadrilhas organizadas e especializadas, que operam com inteligência logística e informações privilegiadas. Algumas características comuns incluem o uso de armas de fogo, divisão de funções dentro das quadrilhas, conexão com receptadores e conhecimento detalhado de rotas e horários de transporte”, descreveu o capitão da PM.

Para combater este tipo de delito, a SSP ressaltou que intensifica o policiamento e ações investigativas em locais com maior incidência criminal. “Além disso, por meio do programa Pró-Carga, estratégias específicas são desenvolvidas para combater os roubos e furtos de carga em todo o território paulista, e também para identificar receptores dessas cargas, responsáveis por alimentar a cadeia ilícita por trás dos crimes patrimoniais”, informou a Pasta.

CATEGORIAS

Segundo os indicadores criminais, as cargas de alimentos foram as mais subtraídas no Grande ABC em 2024, com 87 casos no total. Na sequência aparecem outros tipos (72), carga mista (56), bebidas (25), cigarros (17), metalúrgicos (17) e autopeças (9). O capitão da PM Pedro Marcondes afirmou ainda que os carregamentos mais procurados pelos criminosos são os de fácil e rápida revenda, como alimentos no geral, produtos eletrônicos, bebidas alcoólicas e cigarros. “Esses itens são de alto consumo e difícil rastreabilidade. Além disso, peças metalúrgicas são visadas devido ao alto valor de mercado e à existência de um comércio ilegal estruturado, pois são itens utilizados na montagem de outros produtos.”

Em relação aos valores, no ano passado, três cargas acima de R$ 1 milhão foram roubadas e receptadas na região, todas em São Bernardo. Os carregamentos eram compostos de peças metalúrgicas e de produtos alimentícios. Cargas de até R$ 5.000 ou com valores entre R$ 20 mil e R$ 30 mil estiveram entre as que mais registraram ocorrências, com 48 casos cada categoria – carregamentos sem informação do valor tiveram 59 registros.

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