Servidor público de São Bernardo planeja nova greve

A Prefeitura alegou que o reajuste aprovado pela Câmara entrará em vigor na folha de pagamento de abril

Gestão de Orlando Morando manteve proposta de 7% de reajuste na mesa de negociação realizada terça-feira; sindicato pede 17,14%. (Foto | Reprodução)

SÃO BERNARDO – Sem avanço nas negociações por reajuste salarial, os servidores da Prefeitura de São Bernardo ameaçam entrar em greve novamente. Na mesa de negociação realizada no fim da tarde da última terça-feira (25), o Paço, comandado pelo prefeito Orlando Morando (PSDB), manteve a proposta de 7% de correção, enquanto a categoria pede 17,14%. 

“O resultado da mesa não foi nem um pouco satisfatório para nós”, declarou o presidente do Sindicato dos Funcionários Públicos e Autárquicos (Sindserv) de São Bernardo, Dinailton Cerqueira, que ainda informou ser possível uma nova paralisação do funcionalismo público. “Nós mantivemos o estado de greve e as manifestações de rua”. 

Os servidores municipais paralisaram os serviços – com exceção da GCM (Guarda Civil Municipal) e funcionários da área da saúde – entre os dias 27 de março e 11 de abril, após a gestão de Orlando se recusar a abrir mesa de negociação. Durante esse período, a Câmara de São Bernardo aprovou, no dia 29 de março, reajuste de 7%, mas a proposta foi rejeitada pela categoria, que manteve a paralisação. Além dos 17,4% de correção, os servidores pedem melhorias em convênios médicos e reajustes no valor do auxílio-transporte. Segundo os servidores, os auxiliares de limpeza da Prefeitura, por exemplo, ganham salário líquido de R$ 900 para uma jornada de 44 horas semanais. 

A Prefeitura alegou que o reajuste aprovado pela Câmara entrará em vigor na folha de pagamento de abril, mas os servidores seguiram cobrando diálogo por parte do prefeito. Diante disso, o Paço propôs a abetura da mesa para a última terça-feira, e assim a greve foi suspensa pelos servidores.  “Nós suspendemos a greve respeitando o pedido da Prefeitura, mas acreditávamos que haveria um avanço nas propostas. Vamos soltar a ata da mesa e conversar com a categoria para alinhar os próximos encaminhamentos”, disse Dinailton Cerqueira. 

Em nota enviada ao site Diário, a Prefeitura informou que uma nova mesa será realizada no prazo de dois meses, e que os servidores terão os dias não trabalhados durante a greve descontados.  “Na reunião, a gestão recebeu pauta de reivindicações do Sindserv. A administração municipal terá novo encontro no prazo de 60 dias. Os dias não trabalhados no período de greve serão descontados de forma parcelada”, diz a nota.

IMPACTO DA GREVE

A paralisação de 15 dias afetou cerca de 80% das escolas de São Bernardo, o que significa que ao menos 140 das 176 unidades do município ficaram sem aula ou com funcionamento parcial durante o período. A estimativa foi feita pelo Sindserv. A rede municipal de educação da cidade conta com cerca de 80 mil alunos. 

De acordo com a Prefeitura, cerca de 9.500 funcionários públicos pertencem à Secretaria da Educação, Pasta que conta com o maior número de servidores no município. O sindicato que representa a categoria informou que a cidade possui aproximadamente 13 mil funcionários concursados.

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