Vereadores de Diadema aprovam requerimento de provável nepotismo na gestão do prefeito Taka

Capel disse que nas administrações anteriores também houve ocorrência de nepotismo, mas os gestores decidiram pela exoneração dos envolvidos.

Rodrigo Capel. Foto: reprodução Cãmara de Vereadores

DIADEMA — Dez vereadores que se declaram independentes aprovaram um requerimento e levarão denúncias de provável nepotismo na gestão de Diadema, no Grande ABC, Taka Yamauchi (MDB), ao MP-SP (Ministério Público do Estado de São Paulo). O requerimento foi aprovado na sessão de quinta-feira (20), na Câmara Municipal.

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A partir de agora, a Prefeitura terá 15 dias para responder, prorrogáveis por igual período. O documento ganhou apoio da bancada do PT, mas o vereador Jeferson Leite preferiu ficar de fora. Rodrigo Capel (PSD), presidente da Casa, afirmou que a decisão de mandar as denúncias ao MP-SP antes dos esclarecimentos se deve ao fato de a Prefeitura emitir nota oficial afirmando que os casos apontados no documento não configuram nepotismo.

Capel disse que nas administrações anteriores também houve ocorrência de nepotismo e decidiram pela exoneração dos envolvidos, mas o atual governo ‘inesperadamente tomou a decisão equivocada de dobrar a aposta’. 

“A Prefeitura sabia do requerimento e dos envolvidos nos casos. Fez a aposta de que não teria o requerimento e teve, e na hora de recuar, que seria a exoneração, dobrou a aposta dizendo que a informação não é verdade. Está evidente que é caso de nepotismo, em especial o do secretário, do próprio ordenador da despesa, fazer a nomeação da FG (função gratificada) da esposa. Só que optaram por fazer uma declaração pública de que não se trata de nepotismo. Então, para desempatar essa questão, pedi o encaminhamento ao Ministério Público”, disse Capel. 

O requerimento cita quatro nomeações que incorreriam em nepotismo, que seriam a nomeação de José Eduardo Rosário dos Santos e Maria Aparecida Ferreira, a ex-vereadora Cida Ferreira (PP), que são genro e sogra, bem como de Izaina Bezerra de Oliveira, que supostamente mantém união estável com Jean Carlos de Sales Ribeiro Gaia (Solidariedade), candidato a vereador em 2024 na coligação que elegeu Taka Yamauchi prefeito. 

O caso do secretário citado por Capel é Marcos Michels, à frente da pasta de Governo, que assinou nomeação de função gratificada para Sonia Aparecida Ramos, professora concursada e filiada ao MDB, que concorreu a vereadora no pleito de 2024. Ocorre que Tati Ramos, como é conhecida, mantém união estável com o secretário.

“Não há como um marido falar que não tem parente na administração pública enquanto a esposa é comissionada também. Nesses casos que apontamos, estão todos dentro do Poder Executivo. A Prefeitura quer tornar essa questão interpretativa, e não é. No caso do secretário, a Prefeitura disse que a nomeada é servidora de carreira, mas a Súmula 13 do STF (Supremo Tribunal Federal) faz menção expressa à função gratificada”, pontuou. 

Ao Diário do Grande ABC, o líder de governo, Francisco Gonçalves Nogueira Júnior, o Juninho do Chicão (Progressistas), afirmou que a gestão Taka está muito tranquila em relação ao requerimento e vai responder a todas as solicitações. “O governo preza pela legalidade e moralidade. Se por acaso tiver alguma ilegalidade, vai ser sanada e será aberta sindicância dentro desta administração e da anterior”, pontuou.

A Prefeitura informou que “nas situações apontadas, as nomeações se enquadram nas exceções: quando a nomeada ao cargo de função gratificada é servidora efetiva; os nomeados não estão vinculados ao mesmo setor e nem subordinados entre si; e quem nomeou não é parente do nomeado”.

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