Cacau Show pede à Justiça vitória no leilão pela fábrica da Pan

Ainda não há movimentação jurídica sobre a homologação judicial do leilão, apesar de alguns credores já terem ingressado com petições no processo para garantia do pagamento.

A fábrica criou produtos icônicos, como os cigarrinhos e as moedas de chocolate. (Foto | Reprodução)

SÃO CAETANO – A CCSH Administração de Bens Intangíveis Ltda, do Grupo Cacau Show, entrou com pedido na Justiça para que seu lance pela fábrica da antiga Chocolates Pan, de São Caetano, seja considerado vencedor do leilão. A empresa ofertou o melhor valor pela área na concorrência realizada no dia 15 de setembro, mas o leiloeiro solicitou que o juiz Marcello do Amaral Perino, da 1ª Vara Regional de Competência Empresarial e de Conflitos Relacionados à Arbitragem, decida qual a proposta vencedora.

A Cacau Show ofereceu R$ 70 milhões pelo terreno de 10,4 mil metros quadrados localizado no bairro Santa Paula. Desse valor, 25% à vista, com quitação do restante em até 30 meses. Outras duas propostas foram feitas: a DGD Participações Ltda (MAXX) apresentou lance de R$ 65 milhões à vista e a Construtora Patriani propôs pagar R$ 70 milhões, sendo 25% à vista e o saldo remanescente em 24 meses.

O lance da Patriani, porém, foi fora da plataforma digital de leilões, sendo realizado pelo email do leiloeiro, e trazendo algumas condições técnicas, como realização de estudos ambientais do solo, com laudo que ateste que o imóvel não possui contaminação que inviabilize um futuro empreendimento imobiliário no local e possibilidade de alteração do uso e destinação do imóvel, de logístico industrial para residencial multifamiliar perante os órgãos públicos aprovadores.

Na visão da Cacau Show, além de ela ter cumprido o rito pelo site de leilões, sua oferta foi superior à da DGD Participações Ltda. “Trata-se de uma vultosa diferença de R$ 5 milhões entre o lance da peticionante e o do segundo colocado. A respeito deste tema, o Tribunal de Justiça de São Paulo já se manifestou em diversas ocasiões no sentido de que o lance de maior valor,desde que a diferença não seja ínfima, deve sempre prevalecer”, escreveu o advogado André Boschetti Oliva, que defende a Cacau Show no processo.

Ainda não há movimentação jurídica sobre a homologação judicial do leilão, apesar de alguns credores já terem ingressado com petições no processo para garantia do pagamento.

A Chocolates Pan funcionou por 88 anos no mesmo endereço, entre as ruas Maranhão, Nossa Senhora de Fátima e Rafael Correa Sampaio, em São Caetano. A fábrica criou produtos icônicos, como os cigarrinhos e as moedas de chocolate.

Mas, a partir de 2019, começou a sofrer problemas financeiros. A falência da empresa foi decretada pela Justiça ainda neste ano, quando a dívida já atingia a casa dos R$ 260 milhões – a venda do terreno servirá para abater parte desse passivo.

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