Grande ABC registra 1.452 internações por dependência química

Sem consumir a droga desde a internação, em 2022, Marcelo revela. “Se não fosse minha mãe, acredito que ainda estaria em estado de surto”.

Em 2022, durante todo ano, foram registradas 587 internações na região. (Foto | Reprodução)

GRANDE ABC – De 2021 a abril deste ano, 1.452 pessoas ficaram internadas nos hospitais da região para tratamento de dependência química. Somente nos primeiros quatro meses de 2023, foram registradas 259 hospitalizações, cerca de duas por dia. Os dados fazem parte de levantamento realizado pela Secretaria Estadual da Saúde, a pedido do Diário, para a terceira reportagem da série ”Vício Regional”, publicada aos domingos durante o mês de julho.

O Grande ABC conta com duas unidades de referência, que também possuem atendimento psiquiátrico, sendo elas o Hospital Mário Covas, que dispõe de 21 leitos especializados em psiquiatria, e o Hospital Estadual de Diadema, que possui 10 leitos. Para atender esses pacientes, o Estado também mantém um convênio com o Hospital Lacan, em São Bernardo, que conta com 145 leitos. Juntos, os três equipamentos ofertam 176 vagas de internação.

Em 2022, durante todo ano, foram registradas 587 internações na região, número 3,13% menor que em 2021, que contabilizou 606 hospitalizações. Marcelo Maciel Andrucioli, 45 anos, é um desses pacientes. Internado em outubro do ano passado após surto psicótico relacionado ao uso excessivo de maconha, ele passou dois meses no Hospital Lacan antes de ser encaminhado ao CAPS AD (Centro de Atenção Psicossocial Álcool e outras Drogas) Bárbara da Silva Santos, em Santo André. (leia mais abaixo)

Segundo a mãe de Marcelo, Vânia Narimar Maciel, 66, o filho ainda não se recuperou completamente, mas demonstra significativa melhora. Ela relembra os momentos de tensão que antecederam a internação. “Quando meu filho teve o surto ficou completamente transtornado, virou outra pessoa”, afirma Vânia, que continua. “Achava que ele precisava de ajuda, porque ele não dormia e ficava cada vez mais nervoso e agressivo comigo, e antes a gente se dava muito bem”, finaliza a mãe.

Sem consumir a droga desde a internação, em 2022, Marcelo revela. “Se não fosse minha mãe, acredito que ainda estaria em estado de surto”.

No Estado, as hospitalizações por dependência química chegaram a 6.942 neste ano, de janeiro a abril. Para casos mais graves, como intoxicação por álcool ou drogas, os pacientes devem procurar atendimento em serviços de saúde de urgência e emergência.

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