Metalúrgicos podem entrar em greve na próxima semana na Grande ABC

categoria também aprovou que os trabalhadores não atenderão aos chamados dos patrões caso as empresas ofereçam hora-extra durante a paralisação. 

Os funcionarios recusaram a proposta patronal e entregaram aviso de greve às empresas, que têm 48 horas para responde. (Foto | Reprodução)

GRANDE ABC – Cerca de 45 mil metalúrgicos de São Bernardo, Diadema, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra poderão cruzar os braços na próxima semana. Em campanha salarial, eles recusaram a proposta patronal e entregaram aviso de greve às empresas, que têm 48 horas para responder. As montadoras, que têm acordos individuais, não estão envolvidas.

Na noite de sexta-feira, os trabalhadores participaram de assembleia na Regional Diadema do Sindicatoi dos Metalúrgicos do ABC e rejeitaram a proposta formalizada pelos empregadores, que previa a reposição da inflação medida pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) no período, de 4,06%, e aumento real de menos de 1% em parte dos grupos patronais. A categorja pede 2%.

O presidente do sindicato, Moisés Selerges, destacou que as propostas não contemplam as reivindicações dos trabalhadores. 

“Não dá para ser só o INPC! Todas às vezes que vamos negociar eles (empresários) colocam uma série de dificuldades. A bancada patronal duvida da capacidade de luta da companheirada. Vamos provar que estes trabalhadores aqui não darão ‘arrego’. Queremos 2% de aumento real, o que representa 50% do INPC do período, mais a aplicação da reposição da inflação. Após a entrega dos avisos de greve, caso não haja resposta dos patrões, vamos parar o (Grande) ABC em busca do nosso aumento”, afirmou o dirigente. 

“Os especialistas já sinalizaram que o PIB deste ano vai passar de 3%. O crescimento do PIB reflete o crescimento da economia. Quem se não nós, trabalhadores, produz a riqueza desse País? O aumento real significa mais dinheiro no bolso do trabalhador e mais comida no prato. Trabalhamos para dar o melhor aos nossos filhos. Agora é a hora da retomada e de conquistarmos o aumento nos salários”, prosseguiu Selerges.

Na ocasião, a categoria também aprovou que os trabalhadores não atenderão aos chamados dos patrões caso as empresas ofereçam hora-extra durante a paralisação. 

Com data -base em 1º de setembro, a campanha salarial dos Metalúrgicos do ABC é conduzida pela FEM-CUT/SP (Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT), que negocia a campanha salarial para cerca de 190 mil trabalhadores de 13 sindicatos no Estado de São Paulo. 

Ao todo, a base da FEM-CUT/SP tem cerca de 211 mil metalúrgicos, contando os trabalhadores nas montadoras. No caso dos Metalúrgicos do ABC, a campanha envolve 45 mil trabalhadores da categoria. Outros 25 mil trabalhadores estão em montadoras, que têm negociações à parte.

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