Problemas em escola de São Bernardo preocupam pais

o portão principal do colégio deixou de ser na Rua São João e passou para a Rua Alcides de Almeida.

Os munícipes criaram uma comissão e organizaram abaixo-assinado com 50 assinaturas para que a decisão seja revista. (Foto | Reprodução)

SÃO BERNARDO – A mudança repentina na local de entrada e saída de alunos da Escola Municipal de Educação Básica Mário Martins de Almeida, localizada na região central de São Bernardo, é a causadora de inúmeros problemas para moradores, pais de aluno e no trânsito local.

Em 22 de maio, o portão principal do colégio deixou de ser na Rua São João e passou para a Rua Alcides de Almeida, uma via sem saída.

Indignados com a decisão da direção da unidade escolar sem diálogo com a comunidade, alguns munícipes criaram uma comissão e organizaram abaixo-assinado com 50 assinaturas para que a decisão seja revista e que a antiga portaria seja reativada. As pessoas que se dizem prejudicadas observam que a diretora da unidade não se coloca à disposição para diálogo. Por isso, os munícipes redigiram documentação endereçada ao Conselho de Escola da Emeb, à Secretaria de Educação de São Bernardo, ao Departamento de Trânsito, Companhia de Engenharia e Tráfego e Guarda Civil Metropolitana da cidade.

Também fizeram reunião na sexta-feira com os vereadores Ana Nice (PT) e Jorge Araújo (PHS) e o representante do Conselho Tutelar, Ilacir Chagas, para pedir que intercedam junto ao caso. “São três horários de buzinaço. Moradores acordam, trabalham e ‘descansam’ com essa situação. O outro problema é que, às vezes, os transportadores sobem nas calçadas e as destroem. Pais deixam os veículos na frente das garagens e demoram para voltar. Aqui, são quatro casas com pessoas doentes. Se alguém passar mal, não dá para esperar alguém tirar o carro. Tentamos manter a boa convivência, mas todos estão insatisfeitos”, declarou o engenheiro Rodrigo Malagutti, 43 anos, representante dos moradores da Rua Alcides de Almeida durante a reunião.

O transportador Richard Bassanello, 52, que trabalha com vans escolares, destaca que os profissionais não foram consultados pela diretoria da escola sobre a mudança. “A alegação é por ser ‘mais seguro para as crianças’. Nós, transportadores, gostaríamos de ficar na Rua São João porque lá tem três opções de saída, além de mais conforto e proteção aos alunos. Na Alcides de Almeida, só tem uma alternativa de saída. Nessa rua, o telhado não poupa as crianças das enxurradas de chuva. A calçada é muito suja, com folhas, galhos, fezes de cachorros e as raízes das árvores estourando o asfalto, o que prejudica a mobilidade. Já tivemos relatos de pais que caíram.”

No abaixo-assinado enviado, a comissão de moradores, pais de estudantes e transportadores detalham todos os problemas. “Desde que a entrada e saída dos alunos passou a ser pelos portões da Emeb nesta via, instalou-se diariamente trânsito, engarrafamento, estacionamentos em fila dupla, buzinaço, colisões e brigas no local em virtude de carros estacionados em locais proibidos e na frente das garagens”, informa o material. Outro ponto ressaltado é a falta de acessibilidade para o embarque e desembarque de alunos autistas e com deficiência.

OFÍCIO

Após a conversa, os vereadores garantiram que vão enviar ofício ainda nesta semana para a Prefeitura de São Bernardo a respeito dos inúmeros problemas relatados por moradores da Rua Alcides de Almeida, transportadores e pais de alunos da EMEB Mário Martins de Almeida. A partir do encaminhamento, a gestão tem prazo para responder em até 45 dias.

“A primeira solução seria o diálogo com a direção, o que não acontece. Vamos oficiar a Prefeitura para que eles nos respondam. Em cima das solicitações de vocês, fazemos esse documento. Vou levar para a Secretaria de Educação o quanto antes. Segunda-feira (hoje) faremos os ofícios. Dois vereadores oficiando gera mais força”, declarou Araújo.

Ana Nice lamentou a situação em que os munícipes se encontram e declarou que é necessário insistir no debate. “A escola é da comunidade e a comunidade precisa ser ouvida. Já tentei marcar reunião com a direção para entender o porquê das medidas que foram adotadas, mas não fui atendida. Estou tentando contato com a Secretaria de Educação. É importante somar forças e estabelecer o diálogo diante dessas insatisfações.”

O Diário compareceu à EMEB Mário Martins de Almeida, porém, a direção alegou não ter autorização para entrevistas. Os questionamentos foram enviados para a Secretaria de Educação e à Prefeitura de São Bernardo. Ambos não responderam até o fechamento desta edição.

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