Secretario falta à audiência e Tribunal suspende demissões em São Bernardo

O tribunal determinou a suspensão das demissões de funcionários ligados, que têm ocorrido desde o dia 5 de maio, à Fundação do ABC, gestora do Complexo Hospitalar do município, até a próxima audiência.

A Prefeitura não justificou à ausência de Reple, como também não enviou nenhum outro representante à audiência. (Foto | Reprodução)

SÃO BERNARDO – Sem a presença do secretário de saúde de São Bernardo, Geraldo Reple Sobrinho, na audiência de conciliação que ocorreu na tarde segunda-feira (15) , o Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (TRT-2) agendou uma nova sessão para a próxima quinta-feira (18), e convocou novamente o chefe da Pasta.

O tribunal também determinou a suspensão das demissões de funcionários ligados, que têm ocorrido desde o dia 5 de maio, à Fundação do ABC (Fuabc ), gestora do Complexo Hospitalar do município, até a próxima audiência.

A Prefeitura de São Bernardo, comandada por Orlando Morando (PSDB), não apenas deixou de justificar a ausência de Reple, como também não enviou nenhum outro representante à audiência.  “Se ele tivesse o compromisso com o município, estaria presente. Se estivesse preocupado com a saúde de São Bernardo, teria pelo menos enviado outra pessoa para o representar”, criticou Almir Rogério da Silva, o Mizito, presidente do SindSaúde ABC, o sindicato da categoria na região.

Ao TRT, a FUABC informou que ocorreram 97 demissões até o momento e que este número chegaria a 146 até o fim desta semana. O tribunal inicialmente pediu a suspensão das demissões por dois meses, mas a entidade alegou impossibilidade.

Na iminência do ato de greve – SindSaúde anunciou estado de greve na semana passada após assembleia realizada com funcionários demitidos e da ativa –, o tribunal entende que a situação precisa de uma solução rápida. “O Sistema Único de Saúde (SUS) está com uma carga de pacientes muito grande. O número de médicos que temos em São Bernardo já é baixo, demitir os que já estão lá só piora e se entrarmos em greve, será um colapso total. Entendemos isso, mas se não chegarmos a um acordo, iremos parar”, disse Mizito.

O dirigente recorreu à Justiça do Trabalho após a Fundação e a Prefeitura de São Bernardo se negarem ao diálogo e também a responder questionamentos em relação às demissões e demais problemas na área da saúde no município.

A Fundação do ABC conta com aproximadamente 9.500 funcionários em São Bernardo. Alguns trabalhadores contaram ao Diário que estão tendo que zerar seus banco de horas. “Estão pedindo para zerarmos nosso banco de horas para não nos pagarem as horas extras. Fora as ameaças a quem aderir aos protestos organizados pelo sindicato. Está um clima muito pesado”, disse um funcionário que não quis se identificar.

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