UFABC planeja retomar obras de acessibilidade e reajustes nas bolsas de estudo em Santo André e São Bernardo

O reitor considera que a postura do governo deve trazer de volta também os investimentos em pesquisa

Em 2022, os cortes afetaram a pesquisa, as bolsas de estudos e até a segurança e manutenção de prédios. (Foto | Reprodução)

SANTO ANDRÉ E SÃO BERNARDO – A Universidade Federal do ABC (UFABC) vive um momento muito diferente da perspectiva que havia no ano passado com corte profundo nos repasses, comprometendo a manutenção dos prédios universitários, contratos de zeladoria e segurança e até as bolsas de estudos. No entanto, no último dia 19, o presidente Luiz Inácio Lula, anúncio a liberação R$ 2,4 bilhões a UFABC.

Em 2022, os cortes afetaram a pesquisa, as bolsas de estudos e até a segurança e manutenção de prédios. O reitor da UFABC, Dácio Roberto Matheus, disse que o alívio foi muito grande diante da expectativa de que, neste ano, a universidade fosse trabalhar com um orçamento 18% menor que o do ano passado. “Deu um alívio muito grande perto do que se tinha de expectativa; o risco era a insolvência, mas esse cenário a gente afastou de pronto”, disse o reitor ao comentar sobre o recurso anunciado e a abertura de negociações com o governo federal que começou já na fase de transição.

“O governo nos recebeu três vezes em quatro meses, nos recebeu em janeiro e na semana passada quando anunciou a verba”, destacou Matheus que é membro da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes). “Avançou e o clima é de abertura de negociação, o diálogo não se encerrou”, comenta.

Segundo o reitor a verba anunciada não será exatamente um ganho para a universidade, mas trará a possibilidade de recompor serviços que a UFABC contratava que foram reduzidos ou até parados. Serviços como o de zeladoria, portaria e segurança foram drasticamente reduzidos, a zeladoria praticamente deixou de ser realizada. “Teremos um aumento de 28% no orçamento retomando ficando apenas 4% acima do patamar de 2019, não cobrindo a inflação. O problema é que de lá para cá esses serviços tiveram reajustes”, conta o reitor que não prevê uma grande retomada de investimentos, mas ao menos o reajuste das bolsas de estudo já vai ajudar os alunos. “Vai recompor as bolsas de mestrado, doutorado, iniciação científica e auxílios de assistência”.

Dácio Roberto Matheus considera que a postura do governo deve trazer de volta também os investimentos em pesquisa. Os projetos de pesquisa acabaram congelados pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), empresa pública brasileira de fomento à ciência, tecnologia e inovação em empresas, universidades, institutos tecnológicos e outras instituições públicas ou privadas. A financiadora é vinculada ao Ministério da Ciência e Tecnologia. “Os projetos eram aprovados no mérito, mas na prática não tinham aprovação porque faltava dinheiro”, diz o reitor da UFABC.

Dácio disse que o corte de verba para a educação federal prejudicou a continuidade de obras em andamento nos campi da universidade, entre elas as de adaptação das instalações visando a acessibilidade e a construção do teatro do Centro Cultural do campus da avenida do Estado. “O teatro vamos ver e conseguimos outra fonte de recursos para continuar a obra que tivemos que parar no ano passado, porém as obras para a acessibilidade nós vamos retomar”, completa o reitor.

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