Últimas informações sobre ataque a escola em São Paulo

O aluno autor do ataque foi encaminhado ao Centro de Integração Inicial da Fundação Casa e passará por uma audiência na Vara de Infância e Juventude.

A professora de ciências Elisabete Tenreiro, de 71 anos, levou cinco facadas. Ela teve uma parada cardíaca após ser atacada. (Foto| Reprodução)

SÃO PAULO – Uma professora morreu e outras quatro pessoas ficaram feridas após serem esfaqueadas em uma escola da Zona Oeste da capital paulista na manhã da terça-feira (27). O agressor, um aluno de 13 anos, foi apreendido após ser imobilizado e desarmado por duas professoras (veja vídeo acima).

Enquanto ele atacava uma das vítimas, Cinthia Barbosa, uma professora de educação física, conseguiu imobilizá-lo, e outra professora, Sandra Pereira, o desarmou. Logo depois chegaram agentes da Ronda Escolar, e o aluno foi encaminhado ao 34° DP, onde o caso foi registrado. O estado decretou luto por três dias.

O ataque ocorreu na Escola Estadual Thomazia Montoro, na Vila Sônia, Zona Oeste da capital, por volta das 7h20 da segunda (27), na hora em que a professora fazia a chamada.

A professora de ciências Elisabete Tenreiro, de 71 anos, levou cinco facadas. Ela teve uma parada cardíaca após ser atacada, foi encaminhada ao Hospital Universitário, da USP, mas não sobreviveu. Elisabete tinha três filhos e quatro netos.

A educadora se aposentou como técnica do Instituto Adolfo Lutz em 2020, mas continuou dando aulas de ciências. Era professora desde 2015 e começou a atividade na escola Thomazia Montoro neste ano.

Segundo uma das filhas, ela tinha a educação como missão. “Ela era uma pessoa dedicada a lecionar, como propósito de vida. Ela achava que ela tinha essa missão, em um país com tanta falta de educação, se ela pudesse mudar a trajetória de um aluno, ela já ganhava com isso. Ela era muito querida por onde ela passou.”

O secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite, afirmou, durante coletiva de imprensa na segunda, que não descarta a possibilidade de o agressor ter recebido ajuda. Além disso, afirmou que “toda pessoa que curtiu ou comentou a publicação dele vai ser objeto de investigação e trabalho da Polícia Civil”, ao se referir a um tuíte publicado sobre o ataque pelo agressor.

O aluno autor do ataque foi encaminhado ao Centro de Integração Inicial da Fundação Casa e, nesta terça (28), passará por uma audiência na Vara de Infância e Juventude. Ele deve ser acusado por dois atos infracionais: homicídio consumado, no caso da professora Elisabete, e homicídio tentado, nos demais.

Segundo os alunos, na semana passada, a professora Elisabete separou uma briga entre o agressor e outro estudante e, após isso, o autor do ataque teria interesse em se vingar. Os colegas contam que a briga começou porque o agressor usou termos racistas durante uma discussão. “Chamou o menino de preto, de macaco e aí o menino não gostou, partiu pra cima dele, aí a Bete, que é a professora, separou”, afirmou um dos estudantes.

A Escola Estadual Thomazia Montoro ficará fechada por pelo menos uma semana. O governo do estado também decretou luto de três dias pela morte da professora Elisabete.

O secretário da Educação de São Paulo, Renato Feder, confirmou que, na semana passada, o assassino discutiu com um colega e foi advertido pela professora Elisabete. O secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite, disse que a diretora conversou com o estudante agredido na sexta e que conversaria com o agressor na segunda.

Leia mais:
Deixe seu comentário