Justiça realiza terceira audiência sobre cortes na saúde de São Bernardo

A expectativa de funcionários é que a situação seja revertida, já que o governador do Estado anunciou a liberação de R$ 150 milhões para a saúde do município.

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SÃO BERNARDO – Os representantes do SindSaúde ABC, o sindicato da categoria, da Prefeitura de São Bernardo e da Fundação do ABC (FUABC), gestora do Complexo Hospitalar do município, convocaram para esta segunda-feira (23), a terceira audiência de conciliação marcada peloTribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (TRT-2) para buscar acordo sobre o processo de demissão em curso na rede municipal desde o dia 5 de maio.

A intermediação foi pedida pela entidade após o desligamento de 97 trabalhadores e da falta de respostas da administração e da responsável pelo gerenciamento do serviço sobre os motivos e a extensão dos cortes, que poderia chegar a 500 funcionários, conforme informações que chegaram ao sindicato.

Além da reintegração dos profissionais demitidos, o sindicato pedia a interrupção do processo de demissões, o que foi atendido pelo TRT na primeira reunião virtual e também na segunda, esta realizada no dia 18 de maio, que manteve a decisão de manter o processo de cortes suspenso, pelo menos até o encontro. A gestão do prefeito Orlando Morando (PSDB) não escalou ninguém para cobrir a ausência do secretário da Saúde, Geraldo Reple Sobrinho, na audiência inicial. 

O titular da Secretaria de Saúde, que comanda a área desde 2017, quando Orlando assumiu a Prefeitura para o primeiro mandato, no entanto, participou da segunda audiência e teria dito que as demissões estão ligadas à necessidade de contenção de gastos, o que corrobora informações de profissionais demitidos. “Dizem que é para cortar custos, mas estou muito triste. Sei lá, se você souber de alguma coisa para eu trabalhor…”, disse a um amigo, conforme áudio enviado ao jornal, uma das primeiras funcionárias desligadas no processo de cortes.

Na audiência, Geraldo Reple teria se comprometido a levar as reivindicações dos servidores da saúde ao prefeito Orlando Morando e também ao setor financeiro da administração, para avaliar sobre o que poderá ser feito em relação às demandas apresentadas pelo sindicato. Outra preocupação expressada pelo presidente do SindSaúde ABC, Almir Rogério da Silva, o Mizito, é que o enxugamento do quadro vai sobrecarregar ainda mais os funcionários que continuam na ativa, já que são inúmeros os relatos de falta de profissionais na rede municipal.

A expectativa de funcionários é que a situação seja revertida, já que na sexta-feira (19) o governador do Estado, Tarcísio de Freitas (Republicanos), anunciou a liberação de R$ 150 milhões para a saúde do município. A área, cujo orçamento da Prefeitura para este ano é de cerca de R$ 1,3 bilhão, enfrenta grave crise, o que inclui falta de medicamentos e demora para marcação de consultas, exames e cirurgias.

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